Restauro da marquise do parque Ibirapuera é estimado em R$ 70 milhões

Pregão para escolha de empresa que assumirá obra foi marcado para 18 de agosto

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São Paulo

A Prefeitura de São Paulo publicou nesta terça-feira (4) o edital de licitação para restauração da marquise do parque Ibirapuera, interditada completamente desde 2020. A estrutura, com 27 mil m² de área, está deteriorada e apresenta risco aos visitantes —partes da laje desabaram em mais de uma ocasião na última década.

Segundo a administração municipal, as intervenções têm custo estimado de R$ 70 milhões, que serão pagos com recursos do Fundurb (Fundo de Desenvolvimento Urbano). A empresa contratada terá 18 meses de prazo para entrega da obra a partir da emissão da ordem de serviço. O pregão eletrônico foi marcado para 18 de agosto.

O edital prevê a recuperação estrutural das faces inferior e superior da laje, bem como de pilares, vigas, piso e sistema de drenagem. O projeto deve seguir critérios definidos pelos órgãos de tombamento (Iphan, Condephaat e Conpresp), já que a marquise faz parte do patrimônio histórico.

Marquise do parque Ibirapuera tem sinais de infiltração visíveis na parte de baixo da laje. Espaço está interditado completamente desde 2020. - Rubens Cavallari/Folhapress

Projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012), a marquise é uma cobertura de concreto armado sustentada por 120 colunas. Com formato geométrico irregular, faz a ligação entre equipamentos culturais do parque, como o MAM (Museu de Arte Moderna), a Oca e o Museu Afro Brasil.

No último dia 27, em mesa técnica organizada pelo TCM-SP (Tribunal de Contas do Município de São Paulo), a chefe de gabinete da SVMA (Secretaria do Verde e do Meio Ambiente), Tamires Carla, disse que o projeto de restauro foi concluído no final do ano passado. "A gente não está falando de uma reforma simples, mas de uma obra bastante pesada para resolver todos os problemas da marquise, e a gente espera que não seja feita outra obra tão cedo", disse ela na ocasião. Só a elaboração do projeto custou R$ 587 mil.

No ano passado, a Justiça determinou que a prefeitura reformasse a estrutura em até três anos, citando como justificativa um laudo técnico encomendado pela própria administração municipal em 2018. "Os estudos demonstram a situação precária da marquise, bem como comprovam a inércia do poder público municipal, considerando o aumento da degradação e dos riscos decorrentes da não realização de reparos ao longo dos anos", argumentou o juiz Fausto Ferreira.

Inaugurada com o parque em 1954, a marquise era um dos pontos mais frequentados do Ibirapuera antes de ser fechada ao público. Segundo a prefeitura, as últimas reformas ocorreram em 1987 e no período de 2010 a 2012. Pouco depois da conclusão das obras mais recentes, no entanto, os problemas já voltavam a aparecer. Em 2014, a queda de blocos da laje motivou interdições parciais na área para a realização de reparos emergenciais.

Três anos depois, em 2017, parte da cobertura voltou a ceder enquanto skatistas se reuniam no local e, em 2019, infiltrações e outros problemas estruturais motivaram novas interdições parciais. Na ocasião, a SVMA identificou a necessidade de novos reparos, mas não tinha fundos para a realização das obras.

A gestão do parque Ibirapuera foi transferida à iniciativa privada em 2020, mas a responsabilidade pela restauração estrutural da marquise continuou com o município. A concessionária Urbia Parques assumirá o espaço depois de concluída a obra e será responsável por pequenas reformas e adequação dos sanitários.

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