Governo do RJ fecha empresa apontada como responsável por espuma que afetou água

OUTRO LADO: Burn afirma não haver relação entre a fábrica e a presença de material químico na bacia do Guandu

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Rio de Janeiro

O Governo do Rio de Janeiro embargou nesta terça-feira (29) a empresa apontada como responsável pelo lançamento da espuma que causou a interrupção no fornecimento de água na região metropolitana.

De acordo com o governo, a Burn Indústria e Comércio, do Parque Industrial de Queimados (RJ), foi a responsável pelo despejo do surfactante usado na produção de detergentes. A empresa tem vínculos com a marca Limppano.

Segundo o vice-governador Thiago Pampolha (União), também secretário de Meio Ambiente, a empresa nem sequer tinha autorização para lançar resíduos no rio Queimados, afluente do Guandu, origem da água que abastece maior parte da região metropolitana. O despejo irregular ocorreu, ainda segundo o governo, por meio de galeria pluvial, construída para escoar água da chuva.

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Espuma interrompeu por 14 horas o fornecimento de água no Rio de Janeiro - Divulgação/Cedae

"Não excluímos outras contribuições [de origem de outras empresas]. Mas sem dúvida houve falta de perícia e desconformidade com os parâmetros ambientais pela Burn. Não admitiremos que esse crime fique impune", disse Pampolha.

A Polícia Civil também conduz uma investigação criminal a fim de apontar os responsáveis pelo despejo. Os sócios e diretores da empresa foram intimados a depor.

Em nota enviada pela Limpanno, a Burn afirmou que "não há nenhuma relação entre a sua fábrica de Queimados, na Baixada Fluminense, e a presença de material químico na bacia do Rio Guandu".

"A unidade opera com tecnologia de ponta e de padrão internacional, seguindo os mais rigorosos procedimentos de controle, onde o manuseio da matéria-prima é automatizado e em ambiente de circuito fechado, ou seja, sem qualquer escoamento ou ligação com a rede pluvial", diz a nota.

"Além disso, tem todas as licenças necessárias e destinação ambientalmente correta de seus resíduos, estando sob monitoramento e controle permanentes dos órgãos ambientais competentes. A empresa também contratou laboratório especializado para coleta e análise da água e está colaborando com as investigações, à disposição das autoridades", afirmou a empresa.

A espuma provocou a interrupção da produção de água por 14 horas na segunda-feira (28) na Estação de Tratamento de Água do Guandu.

O sistema só voltou a funcionar em plena capacidade às 4h17 desta terça. A normalização do abastecimento em regiões mais altas ou afastadas da estação deve ocorrer somente na quinta (31).

O sistema atende a 80% da capital e da Baixada Fluminense, e mais de 11 milhões de pessoas foram afetadas pelo corte no serviço.

O fornecimento ficou interrompido das 5h às 19h30 de segunda, quando análises laboratoriais indicaram a ausência de risco na qualidade da água.

Além da capital, foram atingidos pelo desabastecimento os municípios de Duque de Caxias, São João de Meriti, Nova Iguaçu, Mesquita, Nilópolis, Belford Roxo e Queimados.

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