Descrição de chapéu violência

Secretário da Segurança se recusa a comentar acusações de abuso policial no litoral

Questionado, Derrite afirmou que somente porta-voz da PM vai se posicionar e que não quer falar sobre o assunto

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São Paulo

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, se recusou nesta quarta (9) a comentar as investigações sobre supostos abusos cometidos por policiais durante operação na Baixada Santista, no litoral paulista, que deixou 16 mortos.

Questionado sobre as acusações, Derrite disse que o assunto será tratado apenas por porta-vozes da PM. "Não quero [falar]", respondeu, durante coletiva de imprensa. Rapidamente, uma assessora apareceu e afastou os repórteres dizendo que o secretário tinha que atender um compromisso.

Policiais militares entram na Vila Baiana, em Guarujá, onde suspeito foi morto durante confronto
Policiais militares entram na Vila Baiana, em Guarujá, onde suspeito foi morto durante confronto - Danilo Verpa - 31.jul.23/Folhapress

Em ocasiões anteriores, Derrite defendeu a ação policial. No último dia 1º, o declarou que a polícia deu uma "resposta à altura" aos envolvidos na morte do PM da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar) Patrick Reis durante patrulhamento em Guarujá. "Eu acredito que eles tentaram fazer alguma coisa nesse sentido [um ataque orquestrado entre Santos e Guarujá] e essa pronta resposta, o trabalho integrado entre as polícias, evitou o pior", afirmou.

Em mais de uma vez, ele classificou as acusações de abuso como "narrativas". "Eu não estou querendo politizar ou polemizar, estou respondendo. Essas narrativas de que houve tortura, de que foram executados. Todos os exames do Instituto Médico Legal, as necropsias não apontam nenhum sinal de violência, muito menos de tortura", afirmou Derrite na última quarta-feira (2).

Menos da metade das ações policiais que registraram mortes em boletins de ocorrência tem imagens de câmeras corporais disponíveis até agora. Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), das 16 ocorrências letais, seis envolveram policiais de batalhões que não dispõem desse tipo de equipamento

A Folha mostrou nesta terça-feira (8) que a PM levou até cinco horas comunicar às delegacias sobre as mortes por intervenção policial da Operação Escudo.

Em Santos, um jovem preso por suposta tentativa de homicídio contra policiais militares negou ter atirado em 1º de agosto, quando foi preso após ter sido atingido por dois tiros de fuzis disparados pelos agentes.

Segundo boletim de ocorrência, os PMs encontraram cinco munições de pistola calibre 9 mm perto do local onde o suspeito caiu ferido após ser atingido. A arma usada pelo acusado, porém, não foi encontrada, e as cápsulas foram aceitas pela delegada responsável como prova para pedir a prisão preventiva, acatada pela Justiça.

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