Operação no litoral de SP deu 'resposta à altura', diz secretário de segurança

Derrite afirma suspeitar que ataques a policiais em Santos e Guarujá foram orquestrados e elogia reação que gerou 14 mortes

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Santos

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PL), disse nesta terça-feira (1º) que a polícia deu uma "resposta à altura" aos envolvidos na morte do soldado Patrick Bastos dos Reis, da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar).

Depois do ataque ao PM, 14 pessoas foram mortas na Baixada Santista, no litoral paulista.

O secretário afirmou ter a suspeita de que os ataques a policiais em Guarujá e Santos foram orquestrados pelo crime organizado contra as forças de segurança.

"Eu acredito que eles tentaram fazer alguma coisa nesse sentido [um ataque orquestrado entre Santos e Guarujá] e essa pronta resposta, o trabalho integrado entre as polícias, evitou o pior", afirmou Derrite, em entrevista coletiva concedida no 1º Departamento de Polícia, em Santos.

Viatura onde estava a policial militar ferida a tiro por criminosos na manhã desta terça (1º) em Santos, no litoral paulista
Viatura onde estava a policial militar ferida a tiro por criminosos na manhã desta terça (1º) em Santos, no litoral paulista - Danilo Verpa/Folhapress

"Foi uma resposta desde o início, desde a lamentável tragédia que ocasionou a morte do soldado Reis. O que está fazendo a diferença aqui é o engajamento dos policiais, é o efetivo deslocado para cá para darmos uma resposta à altura quando somos confrontados", completou.

De acordo com o secretário, os policiais, mesmo de folga, foram orientados a manter a operação em curso e que estarão "prontos para repelir às injustas agressões" caso ocorram novos ataques.

"Sem dúvida alguma, se eles continuarem optando por agir e pegar armas, como foi esse caso, e atentar contra os policiais, os nossos policiais estarão prontos para repelir as injustas agressões", disse Derrite.

Ele ainda descartou torturas, negando um possível abuso de força relatado por moradores de Guarujá durante a megaoperação. Eles disseram que policiais militares torturaram e mataram ao menos um homem e prometeram assassinar 60 pessoas em comunidades do município.

"Vamos continuar desmistificando que são narrativas e que não passam de narrativas de que ‘ah, o indivíduo foi torturado’. Todos os exames até agora realizados pelo IML (Instituto Médico-Legal) não apontam nenhum indício de hematomas ou de torturas dos indivíduos que trocaram tiros com os policiais. Então, manteremos a operação", resumiu.

Antes de conceder a entrevista, o secretário foi ao hospital Santa Casa de Misericórdia, em Santos, visitar a policial militar baleada com um disparo nas costas.

A cabo foi atingida enquanto estava com a viatura no bairro Campo Grande, em frente a uma padaria. Após o caso, um homem foi morto no Morro São Bento.

Pedido de prisão

A Polícia Civil pediu a prisão do irmão de Erickson David da Silva, 28, conhecido como Kauan, identificado e qualificado como quarto suspeito de envolvimento no ataque ao policial Patrick Bastos dos Reis em Guarujá.

"O Kauan é irmão do Erickson, conhecido como Deivinho. Seria a última pessoa para terminarmos de montar o quebra-cabeça, existem muitos vestígios de participação dele. Nos preocupam coautores e partícipes do crime, também", afirmou o delegado Antônio Sucupira, titular da delegacia de Guarujá, no litoral paulista.

Segundo o delegado, Erickson e um outro envolvido detido, que atende por Masaropi, acusaram um ao outro de ter efetuado o disparo que matou o agente da Rota. Ambos estão detidos.

Diversas armas usadas pelos envolvidos e outras provas foram colhidas pela investigação do caso.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.