Médico acusado de agredir funcionários de prédio em SP já foi preso por ameaça

Violência foi flagrada por câmeras; OUTRO LADO: Bruno D'Ângelo Cozzolino não respondeu a tentativas de contato

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São Paulo

O médico Bruno D'Ângelo Cozzolino foi flagrado agredindo funcionários do prédio em que vive nos Jardins, região central de São Paulo. A violência foi registrada no dia 7 de agosto pelas câmeras de segurança do edifício, e os vídeos foram divulgados pelo Fantástico, da TV Globo, no último domingo (27).

As imagens mostram o médico gesticulando e agredindo o zelador. Segundo a reportagem, a discussão começou porque Cozzolino teria estacionado seu carro ocupando mais de uma vaga.

Após o episódio, o médico prestou queixa em uma delegacia dizendo que foi vítima do zelador do prédio. Dias depois, conversou com o síndico sobre a situação e, ao ser questionado, também o agrediu.

Médico é acusado de agressões por funcionários de prédio que mora e ex-namoradas
O médico Bruno D'Ângelo Cozzolino é acusado de agredir funcionários do prédio em que mora, em São Paulo - Reprodução/Instituto D'Angelo

A reportagem mostra que o médico também teria agredido uma ex-namorada em outro prédio de São Paulo, que já havia denunciado suas agressões à polícia. Depois, teria encaminhado um áudio pedindo desculpas. Em seguida, porém, encaminhou mensagens ameaçando a mulher.

No site de seu consultório, Cozzolino diz que é proprietário de um "ateliê da ciência" e que é responsável pela arte de "cuidar e esculpir" a saúde do paciente. "O espaço nasceu para te ajudar a lapidar seu corpo e fazer dele a representação perfeita de sua saúde e a maior marca pela qual as pessoas lembrarão de você", diz o site do médico.

No site, o médico afirma ter se formado em medicina em 2008 na Faculdade de Ciências Médicas de Santos e possuir pós-graduação em dermatologia, medicina estética e do esporte pela Fundação Souza Marques, além de pós-graduação em medicina legal pela USP (Universidade de São Paulo) e nutrologia pela Abran.

A Folha tentou contato com Cozzolino, mas ele não respondeu as mensagens, nem atendeu o telefone. Ao Fantástico, a defesa do médico afirmou que ele não iria comentar as acusações. Nas redes sociais, que foram desativadas após a publicação da reportagem na TV, o médico compartilhava uma rotina de exercícios, luxo e viagens.

Procurada, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirmou que há dois inquéritos policiais em andamento contra o médico —na 2ª DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), na Vila Clementino, e no 15º DP, no Itaim Bibi.

No primeiro caso foi registrado um boletim de ocorrência O por violência doméstica, perseguição, ameaça e lesão corporal. "A 2ª DDM representou pela medida protetiva para a vítima, que foi concedida."

No outro caso, três vítimas —duas mulheres e um homem— foi registrado um BO por injúria e calúnia. O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) solicitou o envio do inquérito policial para o Gegradi (Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância), e o médico foi intimado a comparecer para prestar depoimento.

Há, ainda, um terceiro caso no 78° DP, em que a polícia aguarda a representação da vítima para dar prosseguimento à investigação.

Médico já foi preso

Cozzolino já foi preso ao menos uma vez. O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) informou, em nota, que ele chegou a ser detido pelo crime de ameaça, caso que motivou o pedido de medidas protetivas à vítima, ainda em vigor.

Foi determinada, porém, a realização de uma perícia para verificar a alegação de inimputabilidade do acusado. A defesa comprovou que Cozzolino iria aderir a um tratamento com psiquiatra, e isso possibilitou sua soltura.

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