Descrição de chapéu Cracolândia drogas

Moradores bloqueiam ruas no centro de SP contra possível chegada da cracolândia

Grupo fez corrente humana na avenida Duque de Caxias; ato durou cerca de duas horas

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Moradores do centro de SP formam cordão humano e fecham a avenida Duque de Caxias para tentar impedir que o fluxo passe a ficar ali Rubens Cavallari/Folhapress

São Paulo

Moradores de um condomínio residencial no centro de São Paulo se concentraram, na noite desta sexta-feira (11), na esquina entre a alameda Dino Bueno e avenida Duque de Caxias na tentativa de impedir a possível migração de usuários da cracolândia para o local. A manifestação durou cerca de duas horas.

Segundo os moradores, eles viram pela televisão notícias de que o endereço seria o novo ponto da concentração de dependentes químicos, o que gerou a mobilização.

"Quando vimos isso na reportagem, a gente mobilizou os moradores para fechar a Dino Bueno para que aqui eles não voltem", disse a farmacêutica Luciana Lanzillo, 48. A alameda foi um dos endereços mais longevos da cracolândia.

Moradores da região central de São Paulo reunidos na esquina da al. Dino Bueno com Duque de Caxias - Rubens Cavallari/Folhapress

Logo após um grupo de usuários passar pela praça Júlio Prestes em direção ao antigo ponto do fluxo, moradores de condomínios fecharam a avenida Duque de Caxias.

Ônibus e outros veículos tiveram que voltar na contramão. O trânsito estava sendo desviado pela rua Santa Ifigênia.

A SPTtrans, estatal que gerencia o transporte público por ônibus na cidade, afirmou que não havia nenhuma mudança no itinerário dos coletivos que passam pela região por causa do protesto.

Aos gritos de "Fora, cracolândia", durante o ato o grupo de cerca de cem pessoas caminhou lentamente pela via e fechou a esquina da Duque com a Rio Branco, nos dois sentidos, por cerca de meia hora. Eles fizeram uma espécie de cordão humano bloqueando a via.

O engenheiro Rodrigo Santos, 40 foi atingido por uma pedrada durante o ato. Ele sofreu um corte perto do olho e estava com o rosto sangrando. Ele disse não saber de onde partiu a pedra.

Viaturas da PM e policiais acompanharam a manifestação de longe, apenas observando. Por volta das 20h10, o grupo liberou as vias e encerrou o protesto.

Em nota, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) confirmou que a PM acompanhou a manifestação e que o protesto transcorreu de maneira pacífica, sem causar interdição de vias, apesar de a reportagem ter presenciado o bloqueio por parte dos moradores.

Segundo a pasta estadual, que não respondeu se há previsão de mudança do fluxo da cracolândia, o ato terminou de forma ordenada às 20h.

A ação dos moradores aconteceu um dia após comerciantes da rua Santa Ifigênia realizarem um ato conta a presença dos usuários de drogas na rua dos Gusmões, o que estaria afetando as vendas.

"A desculpa dos comerciantes na passeata que eles fizeram ontem [quinta, 10] é que lá é comércio e está sendo prejudicado, que eles [usuários] têm que ir para um lugar onde não atrapalhe o comércio", disse Lanzillo.

"Só que eles têm que ir para um lugar onde não atrapalhe a vida do cidadão. Hoje nós descemos e estamos defendendo o nosso espaço", acrescentou.

Mudança de lugar do fluxo da cracolândia

Por volta das 18h, o entorno da rua dos Gusmões e da praça Júlio Prestes foi bloqueado por carros e motos da Polícia Militar. Os dependentes químicos estavam concentrados na esquina da rua do Triunfo com a rua dos Gusmões.

A sala de imprensa da PM disse que uma operação foi realizada mais cedo na região em virtude de dependentes químicos estarem impedindo comerciantes da rua Santa Ifigênia de trabalhar, exigindo que eles mantivessem as portas fechadas.

"A polícia falou que eles não vão vir para cá, mas as viaturas estão aqui como se estivesse desviando o fluxo para eles virem. Estamos aguardando até ter uma definição total", afirmou Lanzillo.

Na noite desta sexta, os usuários de drogas estavam espalhados pela região da Santa Ifigênia. A maior parte concentrada na rua dos Gusmões, na altura da avenida Rio Branco. Outros grupos estavam nas ruas do Triunfo, dos Andradas e Vitória.

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