Descrição de chapéu Obituário Déborah Christina Marques Ferreira Lima (1970 - 2023)

Mortes: Jornalista, lutou pelos direitos de sua categoria

Déborah Lima fez história no jornalismo sindical do Ceará

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Curitiba

Déborah Christina Marques Ferreira Lima foi uma jornalista de posição clara, repórter que não se intimidava. Corajosa, viu no jornalismo sindical o espaço para buscar direitos coletivos.

"O movimento sindical foi a menina dos olhos dela, onde teve a chance de contagiar toda a categoria", diz a filha, Tainã Lima, relembrando seus percursos por universidades e Redações. "Inspirador vê-la convocando toda a Redação para descer ao pátio do jornal, exigindo respeito e remuneração adequada."

A jornada de Déborah no sindicalismo começou em 2004, quando assumiu a presidência do Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce). Ela também foi dirigente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), diretora-executiva da CUT-CE (Central Única dos Trabalhadores) e atuou no conselho superior da Associação Cearense de Imprensa (ACI).

Déborah Lima (1970 - 2023)
Déborah Christina Marques Ferreira Lima (1970 - 2023) - Raimundo Madeira

"Sua atuação primordial foi pela defesa das garantias trabalhistas, unindo os trabalhadores em torno das históricas batalhas da categoria, seja por meio da conscientização política ou do aprimoramento profissional em congressos e eventos culturais, marcos de sua gestão", publicou a Fenaj.

O presidente do Sindjorce, Rafael Mesquita, também destacou sua determinação. "Há uma série de direitos que foram conquistados nas batalhas tocadas pela Déborah."

De voz potente e texto preciso, a jornalista tinha uma apuração fina, verdadeira e ética, diz o jornalista.

O amigo Raimundo Madeira lembra o respeito que Déborah conquistou, "sem deixar de fazer perguntas, mesmo que incomodassem". Ela era gentil, acolhedora e afetuosa, sem distinções, ressalta. "Em qualquer que fosse o papel, uma figura pronta para a briga e também para a reconciliação."

O jornalismo era o que fazia seus olhos brilharem, acrescenta a filha. "Buscava a verdade com força contumaz. Essa postura lhe rendeu algumas dores de cabeça. E a fez ser respeitada em todo o país. Houve quem não gostasse da minha mãe, mas a respeitava."

A filha reforça a gentileza e a cordialidade da mãe, que sabia ser firme quando necessário. "Tenho muito orgulho da força de sua opinião e da potência do seu nome e de suas ideias. Da coragem, sobretudo."

Em casa, Déborah era amorosa e responsável, adorava brincar, contar histórias, tomar café com bolo e ficar com a família. "Ela amava passear e viajar. Experimentar novos pratos. Amava praia, sol e sair para dançar", conta o marido, Roberto Silva.

"Muito focada, perseverante. Além de ser humana e solidária. Sempre com um sorriso no rosto, mas, quando necessário, arregalava os olhos e se fazia compreender com contundência. A sua ética, sem dúvidas, é o que merece maior destaque", concluiu.

Déborah morreu em 19 de julho, vítima de um câncer, em Fortaleza. Deixa o marido, duas filhas e uma neta.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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