Descrição de chapéu violência

Morto pela PM em Guarujá (SP) é enterrado como indigente

Homem sem identificação foi baleado por policiais em Vicente de Carvalho; outros 15 corpos já foram identificados, afirma SSP

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São Paulo

Uma das 16 pessoas que morreram durante a Operação Escudo —deflagrada após o assassinato do soldado da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) Patrick Bastos Reis em Guarujá, na Baixada Santista— foi enterrada como indigente.

Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), a Polícia Científica não obteve êxito em sua identificação. Os profissionais do IML (Instituto Médico Legal) extraíram materiais genéticos e dactiloscópicos na tentativa de uma identificação futura do homem através de confronto de DNA.

O sepultamento foi realizado com base em portaria da Polícia Civil de 1993, que autoriza o enterro de pessoas não identificadas após o prazo de 72 horas da chegada ao IML.

Movimentação de policiais militares na Vila Zilda, em Guarujá, onde o policial da Rota foi morto
Movimentação de policiais militares na Vila Zilda, em Guarujá, onde o policial da Rota foi morto - Danilo Verpa - 31.jul.23/Folhapress

Os outros 15 corpos, segundo a SSP, tiveram o reconhecimento realizado e foram liberados para familiares providenciarem o enterro.

O homem enterrado sem identificação foi morto por volta das 19h30 de 28 de julho, na rua das Figueiras, bairro Pae Cará, em Vicente de Carvalho, distrito pobre de Guarujá, segundo boletim de ocorrência ao qual Folha teve acesso.

Segundo a versão dos policiais militares que consta no registro, eles estavam em um conhecido ponto de venda de drogas da região, quando visualizaram um homem suspeito. Instantes depois, o homem atirou na direção dos três PMs, que revidaram com três tiros de pistola e um de fuzil.

Os disparos acertaram o peito e as pernas do homem. O Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) foi acionado e encaminhou o ferido até a UPA São João, onde ele morreu.

Os policiais militares envolvidos na ocorrência apresentaram na delegacia uma pistola Glock calibre .40, com um carregador prolongado, como sendo a arma que o morto portava.

O delegado responsável pelo caso entendeu que os policiais agiram em legítima defesa, segundo o registro.

A ação policial já deixou 16 mortos e recebeu denúncias de abusos, que serão investigadas pelo Ministério Público de São Paulo.

Presos por morte de PM da Rota

Três homens foram indiciados pela morte do PM Reis. Eles também devem responder na Justiça pela tentativa de homicídio contra um outro policial da Rota, que acompanhava Reis, ferido em uma das mãos pelos disparos, e por associação ao tráfico de drogas. O trio está preso.

Até sábado (5) as ações policiais no litoral paulista haviam resultado na prisão de 160 pessoas, entre elas algumas foragidas da Justiça. No total foram apreendidos 480 quilos de droga e 22 armas.

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