Descrição de chapéu violência

Sobe para 24 o número de mortos em operação policial no litoral de São Paulo

Segundo boletim de ocorrência, homem atirou com submetralhadora contra PMs

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São Paulo

Um homem de 31 morreu durante um suposto confronto com policiais militares na tarde de terça-feira (29) no bairro Sítio Cachoeira, em Guarujá, na Baixada Santista, elevando para 24 o número de pessoas mortas durante a Operação Escudo, desencadeada no final de julho após a morte de um soldado da Rota.

De acordo com a versão dos PMs, eles patrulhavam a região quando encontraram o homem com uma arma longa pendurada no ombro. Eles teriam pedido para ele parar, porém o suspeito se recusou e atirou contra eles, ainda segundo os policiais, que revidaram.

O homem foi levado à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Rodoviária, onde morreu.

Os policiais disseram que apreenderam com o suspeito uma submetralhadora, um carregador de munição e um radiocomunicador, objeto mencionado recorrentemente nas registros de ocorrências com morte na Operação Escudo.

Movimentação de policiais militares do Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia), na Vila Baiana, em Guarujá, na Baixada Santista
Movimentação de policiais militares do Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia), na Vila Baiana, em Guarujá, na Baixada Santista - Danilo Verpa - 31.jul.23/Folhapress

A ocorrência foi registrada na Delegacia de Guarujá como morte decorrente de intervenção policial, homicídio tentado e posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.

Segundo a SSP, o suspeito tinha passagem por furto, roubo e associação criminosa.

A pasta declarou que todas as ocorrências de morte durante a Operação Escudo são investigadas pela DEIC de Santos e pela Polícia Militar, por meio de inquérito Policial Militar.

Ainda de acordo com a pasta, todo o conjunto probatório apurado no curso das investigações, incluindo as imagens das câmeras corporais, está sendo compartilhado com o Ministério Público e o Poder Judiciário

OPERAÇÃO É A MAIS LETAL DA PM EM MAIS DE 30 ANOS

Escudo é a operação da Polícia Militar paulista mais letal desde o massacre do Carandiru. Ela foi deflagrada no fim de julho, após o assassinato do soldado Patrick Bastos Reis, da Rota. Moradores denunciam que alguns casos envolveriam pessoas desarmadas, e relatam invasões de casas por policiais mascarados, ameaças e indícios de tortura. O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) nega e afirma que não há evidências de abusos.

Imagens de câmeras corporais de policiais militares enviadas ao Ministério Público de São Paulo mostram registros de confrontos com criminosos em apenas 3 dos 16 casos iniciais em que houve mortes, que ocorreram entre os dias 28 de julho e 2 de agosto.

Por cerca de duas semanas, a operação na Baixada Santista não teve mortes. No último dia 15, um delegado da Polícia Federal foi baleado e, segundo entidade, ficou em estado grave. Após o ataque ao agente federal, sete pessoas já morreram em ações da PM.

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