Usuário é esfaqueado na bochecha ao filmar cracolândia, diz polícia

Três pessoas foram presas por suspeita de tentativa de homicídio no centro de SP

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São Paulo

Dois homens e uma mulher foram presos por tentativa de homicídio na cracolândia, no centro de São Paulo, na manhã desta quinta-feira (14).

De acordo com o delegado Alexandre Dias, titular do 3º DP (Campos Elíseos), o trio agrediu um usuário de drogas sob a justificativa de que ele estaria filmando o fluxo, como é conhecida a aglomeração de dependentes químicos na cracolândia.

Ainda segundo Dias, o homem, que foi esfaqueado na bochecha, seria vítima do chamado "tribunal do crime". Ele foi socorrido e levado para um hospital da região.

Dezenas de pessoas sentadas em rua da cracolândia
Agentes da GCM durante a operação desta quinta-feira na cracolândia, quando oito pessoas foram presas - Divulgação/GCM

As agressões teriam ocorrido na rua dos Gusmões, próximo à avenida Rio Branco, pouco antes do início de uma operação da polícia e da GCM (Guarda Civil Metropolitana) contra o tráfico na região.

O delegado disse ainda que o homem agredido ficava ora em poder dos criminosos em uma barraca, ora na rua. O celular dele foi encontrado no bolso de um dos presos.

A operação desta quinta na cracolândia terminou com a prisão de outras cinco pessoas, suspeitas de tráfico de drogas e associação para o tráfico. Os três detidos por tentativa de homicídio também vão responder por esses crimes.

"As ações vão continuar visando o desmantelamento do tráfico", disse o delegado Alexandre Dias à Folha.

A operação desta quinta-feira teria alvos específicos, segundo informações iniciais, mas a GCM não respondeu quais seriam esses alvos. Cães farejadores foram usados na revista de usuários e seus pertences e também de imóveis da região.

A SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirma que detalhes sobre a operação só serão divulgados após a conclusão dos trabalhos.

CÂMERAS DEPREDADAS

Conforme a Folha mostrou nesta quarta (13), as câmeras do Smart Sampa, uma das apostas da prefeitura para conter atos de violência na região da cracolândia, estão sendo depredadas.

O Smart Sampa é um programa de monitoramento e reconhecimento facial. Um mês após o início do contrato, que passou a ter validade em agosto, 11 equipamentos fixados no topo de postes foram destruídos, segundo informações do consórcio Smart City SP, vencedor da licitação aberta pela gestão Ricardo Nunes (MDB).

Imagens registradas por testemunhas mostram a técnica usada pelos dependentes químicos para cometer os atos de vandalismo. Eles escalam os postes —que têm cerca de dois metros de altura— e removem os aparelhos com golpes e socos.

As câmeras depredadas tinham sido instaladas nos bairros de Santa Ifigênia e Campos Elíseos. Até esta terça-feira (12), o consórcio contabilizava quatro equipamentos destruídos no cruzamento da avenida Rio Branco com a rua dos Gusmões; três na esquina das ruas Conselheiro Nébias e Gusmões; duas na rua Guaianases, na altura do número 504; e mais duas câmeras depredadas na rua General Osório, 453.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana e o Consórcio Smart City SP afirmam que os equipamentos já instalados ainda não estão em funcionamento, uma vez que o início da operação do programa está previsto para outubro. O número de câmeras já fixadas não foi informado pela empresa, mas o contrato prevê a instalação de 200 na região central nesta fase preliminar do Smart Sampa.

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