Adolescente abriu fogo em escola de SP porque sofria homofobia, diz advogado

Aluno de 16 anos da Escola Estadual Sapopemba matou uma aluna e feriu outras duas; ele foi apreendido

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São Paulo

O adolescente de 16 anos apreendido por atirar contra alunos na Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de São Paulo, diz que tomou a atitude na tentativa de resolver o bullying e a homofobia que sofria, segundo o advogado Antonio Edio, que representa o jovem.

Uma aluna de 17 anos morreu e outras duas foram baleadas. O atirador, de 16 anos, é aluno do 1º ano do ensino médio do colégio. Ele foi detido pela PM e levado para o 70º DP (Sapopemba).

"Ele me narrou que, já não aguentando mais essa situação de homofobia que ele sofria na escola, resolveu pegar uma arma de fogo que estava na casa do pai dele, arma que pegou escondido, sem a ciência do pai, e veio para a casa da mãe, sem que a mãe tivesse conhecimento. Cedo foi para a escola e resolveu fazer isso", disse o advogado.

Aluno abriu fogo na Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de São Paulo, nesta segunda (23); uma aluna morreu - Danilo Verpa/Folhapress

Segundo Edio, o adolescente sofria bullying por ser homossexual, e as agressões teriam aumentado a partir do momento em que o adolescente começou a usar roupas femininas.

Ainda segundo o advogado, o adolescente relatou que não tinha intenção de atirar na aluna que morreu, já que ela não participava das agressões contra ele.

Edio disse ainda que, em abril, a mãe do atirador chegou a registrar um boletim de ocorrência a respeito de agressões sofridas em outra escola.

"A mãe registrou um boletim de ocorrência dessa homofobia que ele sofria. Levou ao conhecimento da escola, mas a única coisa que a escola fez foi dizer para a mãe trocar [o filho] de escola", disse o advogado.

A arma era registrada e estava regular, segundo a polícia. O pai está sendo procurado.

O aluno autor do ataque afirmou, na delegacia, que aprendeu a usar armas no YouTube, segundo vídeo ao qual a Folha teve acesso.

A avó da estudante Giovanna Bezerra, 17, morta no ataque, disse que a adolescente estava feliz porque havia começado um curso novo no período da tarde, remunerado. Segundo Luzia de Carvalho Silva, a comunidade já tinha ouvido a respeito de um possível ataque à escola.

"Nunca esperava, mas todo mundo já sabia que ia acontecer alguma coisa nessa escola, porque há muito tempo estão falando que tava tendo ameaça lá. Por que não fizeram as coisas antes?", questionou a avó.

Uma câmera de segurança registrou o momento em que o atirador entra em uma sala de aula, cheia de alunos, e efetua disparos. Há correria, e alunos deixam a sala em meio a tumulto.

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