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Linha-15 volta à circulação normal, após cerca de 12 horas com problemas

Estações na zona leste de São Paulo ficaram lotadas e passageiros se aglomeraram para entrar em ônibus da operação Paese

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São Paulo

A monotrilho de São Paulo, que circula na zona leste da cidade, operou com via única em metade da linha, durante boa parte desta sexta-feira (6). A normalidade só voltou cerca de 12 horas depois da abertura das estações, no meio da tarde, segundo, o Metrô, responsável pela linha 15-prata.

A circulação dos trens aconteceu por via única entre as estações Vila Prudente e Vila União, em razão de manutenção em um equipamento da via no trecho entre as estações São Lucas e Camilo Haddad.

Os trens já partiram com velocidade reduzida no início das operações, às 4h40. Do Jardim Planalto até o Jardim Colonial, o sistema operou normalmente.

Por volta das 8h15, os trens ligavam apenas duas das 11 estações - entre Vila Prudente e Oratório, devido a falha no sistema de sinalização.

Da estação São Lucas à Jardim Colonial, o trecho teve de ser interditado.

Segundo o Metrô, os problemas nesta sexta foram provocados pelo atraso na conclusão de trabalho preventivo pelo consórcio responsável pela obra da linha 15.

Esses trabalhos, afirma a empresa do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), preveem ajustes nas juntas das vigas, que evitam atritos em equipamentos dos trens e reduzem a necessidade de manutenção e normalmente são feitos durante a madrugada, com a linha fechada ou aos fins de semana. Mas acabaram se estendendo.

Passageiros se apertam para tentar entrar em ônibus do Paese - Reprodução/TV Globo

Ônibus da operação Paese (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência) foram acionados para reforçar o transporte e atender aos passageiros no trecho entre as estações Vila Prudente e Vila União.

Imediações da estação Vila União lotada de passageiros na manhã desta sexta em razão de falha na linha 15-prata do monotrilho - Reprodução/TV Globo

Os passageiros foram orientados sobre os problemas na linha 15 pelo sistema de som, diz o Metrô.

Diversos passageiros reclamam dos transtornos que a alteração na circulação dos trens da linha 15 causam nesta sexta.

"Começando a sexta-feira com uma deliciosa falha no monotrilho", reclamou Aline Sena.

"Parabéns ao meu primeiro dia chegando atrasada no trabalho graças ao monotrilho", ironizou Amanda Karine.

"Primeira viagem da linha 15-prata do metrô, com problema. O trabalhador sendo agraciado logo de manhã por este monotrilho que vive quebrado", apontou Marcelo Lima

Outros problemas

Um parecer técnico do CAEx (Centro de Apoio Operacional à Execução), do Ministério Público de São Paulo, conclui que as quedas de pedaços de concreto da linha 15-prata do monotrilho ocorreram por uso de materiais inadequados na manutenção e o tempo limitado para esses serviços.

O problema se soma a erros no projeto e na construção da linha que causam falhas recorrentes, segundo o promotor Silvio Marques, que é responsável por uma investigação sobre o assunto. Marques pediu explicações ao Metrô sobre o desprendimento do pneu de uma composição nesta segunda-feira (11). O caso será incluído no mesmo inquérito.

Questionado, o Metrô disse que prestará todos os esclarecimentos necessários ao Ministério Público.

Em setembro do ano passado, um bloco de concreto caiu da altura de 15 metros em um trecho da ciclovia da avenida Professor Luiz Ignacio Anhaia Mello, entre as estações Oratório e Parque São Lucas. Ninguém se feriu.

Outro caso ocorreu na manhã de 11 de janeiro, quando um pedaço de concreto em uma das vigas se destacou, entre as estações Vila Prudente e Oratório, causando a interrupção do trecho entre as estações Vila Prudente e Vila União.

LINHA 15-PRATA TEM PROBLEMAS NO PROJETO, DIZ PROMOTOR

Marques disse que a investigação estava praticamente finalizada, mas foi retomada para incluir o caso do pneu que se soltou. Ele diz que falhas no projeto da linha causaram problemas, como o estouro de um pneu em outubro de 2021.

"Os trens não cabiam direito na linha permanente e por isso estourou aquele pneu", disse o promotor.

Esse problema havia sido apontado em um relatório anterior produzido pelo Caex. Também foram apontados problemas na fabricação e montagem dos trens. Para Marques, o novo parecer mostra que a companhia estadual não resolveu problemas que vem sendo apontados pela Promotoria há meses.

"O parecer técnico mostra que supostamente o Metrô ainda não está determinando o uso do produto de junção das colunas [de concreto] correto. Há uma preocupação do setor técnico do Ministério Público com o uso desses produtos", explicou.

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