Descrição de chapéu Obituário Linaura Rosa Dutra Pontes (1938 - 2023)

Mortes: Dedicou a vida à religião e às ações sociais

Linaura Rosa Dutra Pontes abriu uma igreja evangélica na própria casa para seguir um chamado

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São Paulo

Linaura Rosa Dutra Pontes precisou fugir ainda jovem de casa, no município de Condeúba (BA), na divisa com Minas Gerais, para evitar se casar. Nascida em 1938 e filha de fazendeiros, naquela época os casamentos costumavam ser arranjados, e não era com isso que ela sonhava.

Assim, pegou a mala e foi recomeçar a vida em outro estado. Escolheu São Paulo, onde foi acolhida na casa de uma família chinesa no bairro de Moema, na zona sul da capital paulista, onde passou a trabalhar.

"Eram chineses e cuidaram muito bem dela, ajudaram na educação, nos estudos", diz a filha Sandra Ferraz, 56. "Naquela época, ela já tinha um coração de gratidão. Foi assim que cuidou de uma criança da família."

Linaura Rosa Dutra Pontes (1938 - 2023)
Linaura Rosa Dutra Pontes (1938 - 2023) - Arquivo pessoal

Alguns anos depois, Linaura conheceu Paulo De Tarso Ferraz, com quem se casou e teve dois filhos. Mas o relacionamento chegou ao fim e, tempos depois, já divorciada, casou-se novamente. Com Carlos Pontes, porém, ela seguiu uma nova trajetória de vida.

Ela era católica e ele, espírita seguidor de Allan Kardec. No entanto, conheceram juntos a igreja evangélica e passaram a frequentar as reuniões e cultos. Decidiram, então, realizar eles próprios o culto, na sala de sua casa, onde recebiam os amigos e quem eles indicavam. Ela passou a ser conhecida como pastora Lina.

"Durante os cultos de oração na sala, eles recebiam os amigos e tiveram uma revelação que agradava aos dois: abrirem a sua igreja em um espaço adequado. Foi assim que nasceu a igreja Ministério Evangélico Casa Da Paz", conta Sandra, destacando que os pais receberam e cuidaram das pessoas que ali frequentavam durante 40 anos. "A igreja não tinha placa e permanecia a divulgação no boca a boca."

As reuniões coletivas eram abertas ao público, mas sempre eram amigos de amigos que compareciam, além de alguns curiosos, explica a filha.

O lado assistencial de Linaura fez com que ela também atuasse como voluntária durante quatro anos na AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), cuidando das crianças.

Nos tempos livres, Sandra conta que a mãe gostava de cantar. Tanto que chegou a estudar canto e piano. A música era sua inspiração. Essa paixão foi ainda mais instigada por Carlos, um amante de músicas clássicas.

Linaura morreu em decorrência de um câncer no dia 8 de setembro, aos 84 anos, em São Paulo. "Minha mãe era uma mulher muito humana. Ela atravessaria o mundo por uma vida", afirma Sandra.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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