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Sâmia Bomfim é um dos principais nomes da bancada feminina na Câmara

Irmão da deputada federal foi assassinado no Rio de Janeiro; polícia não fala em motivação política

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Brasília

Irmã do médico Diego Ralf de Souza Bomfim, 35, assassinado no Rio de Janeiro nesta quinta (5), a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), 34, é um dos principais nomes da bancada feminina na Câmara e descrita por colegas como uma parlamentar combativa.

Ela nasceu em Presidente Prudente, a 512 km da capital paulista, e cursou letras na USP (Universidade de São Paulo). Fez parte do movimento estudantil, foi professora de português e atuou em greves.

Já pelo PSOL e na capital paulista, tornou-se vereadora em 2016 e, no meio do mandato, em 2018, foi eleita como deputada federal, sendo reeleita em 2022 com 226 mil votos.

A deputada federal Samia Bomfim, em sua casa na Vila Madalena (SP)
A deputada federal Samia Bomfim, em sua casa na Vila Madalena (SP) - Bruno Santos - 9.dez.2022/Folhapress

Segundo a biografia em seu próprio site, as principais bandeiras da deputada, além do feminismo, são a educação pública, o SUS, a cultura e os direitos humanos e da comunidade LGBTQIA+, dos negros, da juventude e dos trabalhadores. Ela também destaca como prioridades a defesa pelo acesso à moradia, à segurança alimentar, à cidade e o combate à extrema direita.

Na atual legislatura, é vice-líder do bloco da federação PSOL-Rede na Câmara, integrou a CPI do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), é membro da Comissão de Constituição e Justiça e, em 2023, não tem nenhuma falta nas sessões de plenários, segundo o site da Casa.

Em 2022, Sâmia protocolou um boletim de ocorrência por ameaças feitas a ela e a sua família, inclusive o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), com quem tem um relacionamento.

O irmão da deputada, Diego Ralf de Souza Bomfim, 35, foi assassinado na noite desta quinta no Rio de Janeiro junto com outros dois colegas, Marcos de Andrade Corsato, 62, e Perseu Ribeiro Almeida, 33, quando estavam em um quiosque. Um quarto homem ficou ferido, mas sobreviveu.

Investigadores dizem, sob reserva, que a hipótese de execução ganhou força, pois é possível ver nas imagens de câmeras de segurança que os criminosos que desceram de um veículo atirando voltam até o quiosque para fazer mais disparos.

Até o momento, não há informações oficiais sobre a relação entre o assassinato e a atuação da deputada.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se pronunciou sobre a morte do irmão de Sâmia.

"O fato de uma das vítimas ser um irmão de uma deputada federal muito aguerrida, muito combativa e reconhecida, inclusive, por sua qualidade, [torna] muito importante que haja uma investigação profunda nesse sentido", afirmou.

Marina Silva também se solidarizou com a colega —a ministra do Meio Ambiente chegou a ser eleita para deputada federal pela Rede, que integra a federação com o PSOL, mas se licenciou do cargo para ocupar a pasta.

"Sâmia tem sido uma parlamentar valente, corajosa, que dá orgulho às mulheres do país como representante parlamentar", disse, nas suas redes sociais.

Glauber Braga

Eleito pela primeira vez em 2010, Glauber Braga (PSOL-RJ) é companheiro de Sâmia Bomfim, está em seu quarto mandato na Câmara e também é um dos vice-líderes da Federação com a Rede na Casa.

Natural de Nova Friburgo, é bacharel em direito e foi filiado ao PSB até 2015, quando trocou de partido em meio a brigas internas na antiga sigla.

Atualmente, uma de suas principais pautas é a luta contra o novo ensino médio e a reestatização da Eletrobras.

O governo Lula (PT) suspendeu o modelo de ensino médio implementado por Michel Temer (MDB) e promete criar em seu lugar um novo formato.

O projeto implementado por Temer foi amplamente criticado por especialistas, que também apontam que a metodologia anterior tinha falhas. Ainda não há previsão de quando a atual gestão irá enviar uma nova proposta.

A Eletrobras foi privatizada durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) na metade de 2022. A União vendeu ações suas na estatal e ficou com apenas 42% de participação na empresa, processo que, desde então, vem sendo criticado por Lula —que tem tentado, inclusive, retomar o poder do governo federal na empresa.

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