Descrição de chapéu Rio de Janeiro

Torcedor do Santos, Diego Bomfim era profissional reconhecido por colegas e pacientes

Médico foi um dos mortos a tiros no Rio de Janeiro na noite de quarta; clube lamentou a morte

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São Paulo

O médico Diego Bomfim, 35, um dos mortos a tiros na madrugada desta quinta-feira (5) em um quiosque na praia da Barra, zona oeste do Rio de Janeiro, era visto por amigos como um profissional em ascensão na carreira. Ainda, torcia para o Santos e, logo que chegou a São Paulo, fez questão de aumentar sua presença nos jogos do time.

Irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL), Diego Ralf de Souza Bomfim era ortopedista, com a especialização mais recente em alongamento e reconstrução óssea pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

Ele estava no Rio de Janeiro para participar de um congresso internacional no Brasil sobre cirurgia minimamente invasiva, com 300 profissionais brasileiros e de outros países.

foto selfie de diego, é branco, com cabelo castanho curto, barba castanha, usa jaleco branco e gravata com listras verdes. atrás dele, equipamentos de consultório
Médico, irmão da deputada Sâmia Bomfim (PSOL), morto a tiros no Rio de Janeiro - @dr.diegobomfim no Instagram

Em nota publicada pela clínica em que Diego trabalhava, o colega Pedro Baches escreveu que a perda prematura do médico deixava um vazio para a comunidade médica.

"Seu compromisso com a medicina, sua dedicação aos pacientes e sua paixão pela ortopedia sempre serão lembrados com respeito e admiração", diz o texto na página da Clinica SO.U Ortopedia.

Foi o futebol que fez surgir uma amizade em 2019, sob muita chuva, na capital paulista. É o que conta o analista financeiro Mauro Silva, 55. Quando desembarcou com o filho do metrô na avenida Paulista, rumo ao Pacaembu, foi abordado pelo médico.

"Ele parecia perdido e perguntou como chegar ao estádio. Imediatamente convidamos Diego para assistir ao jogo conosco", disse Mauro. "Daí trocamos telefone, fizemos amizade e ele contou que era médico, que estava tentando se estabelecer em São Paulo e achar um hospital para trabalhar."

O clube paulista publicou uma nota sobre a morte do médico. "O Santos FC lamenta o falecimento de Diego Bomfim, santista apaixonado que foi assassinado na madrugada desta quinta-feira, em um quiosque da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Diego estava com o nosso Manto Sagrado durante o trágico momento." O Santos também lamentou as mortes de Marcos Corsato, 62, e Perseu Ribeiro Almeida, 33.

Embora tenham combinado de ver outros jogos juntos, o agito da rotina impediu o encontro dos amigos torcedores, mas Mauro acompanhava o médico pelas redes sociais.

Era ali que Diego compartilhava informações e marcos na carreira, como as cirurgias feitas em parceria com supervisores e colegas de faculdade. "Já era final de estágio e tive a oportunidade de ver uma osteocondroplastia do tálus! Que pouco tempo antes eu nem sabia o que era", escreveu o médico.

A profissional de educação física Daniela Lavagnino conheceu Diego pelas redes sociais, por causa dos conteúdos sobre a área de ortopedia. Numa coincidência, virou paciente. "Quando mudei para São Paulo, acabei morando no mesmo prédio dele. Conversávamos sempre, e mais tarde ele virou meu ortopedista. Era um profissional dedicado e competente. Uma alma boa, do bem", afirmou.

Formado na Faculdade de Medicina da Universidade do Oeste Paulista, Diego foi aprovado na especialização de ortopedia e traumatologia pela Sociedade Brasileira de Ortopedia, com passagem pelo Hospital Santa Rita, em Maringá, no Paraná.

Já em 2021, atuou na Associação Beneficente Nossa Senhora do Pari, em São Paulo, e foi aprovado na especialização de cirurgia do pé e tornozelo.

Diego havia visitado o Rio em maio deste ano, para participar de um casamento de amigos. Além dos registros da festa, também publicou fotos em cartões-postais da cidade, como o Cristo Redentor e a Escadaria Selarón.

O médico também era cunhado do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) —que é casado com Sâmia. Ele também deixa a irmã Dayane e os pais Antonia e Domingos Bomfim.

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