Descrição de chapéu transporte público greve

Trabalhadores encerram greve; metrô, CPTM e Sabesp voltam a funcionar nesta quarta (4)

Metroviários chegaram a discutir possibilidade de nova paralisação na próxima semana; três serviços públicos não funcionaram nesta terça

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São Paulo

Os metroviários de São Paulo decidiram não estender a greve de 24 horas, deflagrada à meia-noite desta terça-feira (3).

Os trabalhadores do metrô paulistano cruzaram os braços nesta terça, junto com os da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e da Sabesp (Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo) para tentar força o governo estadual a recuar em projetos de privatização.

CPTM e Sabesp já haviam decidido não alongar a greve. Os três serviços voltam a funcionar nesta quarta-feira (4) no horário normal, após um dia de muito transtorno, principalmente no transporte público.

Cartaz informa sobre greve na estação Tatuapé, na zona leste de São Paulo, na manhã desta terça-feira (3) - Bruno Santos/Folhapress

O fim da greve foi aprovado por 2.231 pessoas, 79% das 2.952 que votaram na noite desta terça, na sede Sindicato dos Metroviários, na zona leste de São Paulo.

Os metroviários fizeram uma assembleia individualizada, sem os sindicatos de CPTM e Sabesp, ao contrário do que ocorreu na noite de segunda (2), porque também tentam forçar o governo Tarcísio de Freias (Republicanos) a interromper processos de terceirização de mão de obra nas estações e no pátio Oratório, da linha 15-prata, do monotrilho.

Em seu discurso, a presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Camila Lisboa, classificou a terça-feira como um dia histórico. "Nós demos uma demonstração de força", afirmou.

"A greve de hoje [terça] é uma greve da qual nossa categoria está saindo muito satisfeita, porque conseguiu mostrar as mentiras do governador e o impacto das privatizações", disse.

Durante a votação, ela chegou a dizer que se o governo não quisesse uma nova greve, deveria retirar os editais de terceirização.

Os metroviários até colocaram em votação a chance de uma paralisação na próxima terça-feira (10), mas 1.161 pessoas foram contra, segundo o sindicato.

Por isso, no final, Lisboa descartou nova greve na semana que vem. Afirmou, entretanto, que o plebiscito que os sindicatos realizam sobre as privatizações seguirá aberto até novembro.

Após a decisão, a presidente disse que o turno da noite já começaria a trabalhar e que os trens voltam a rodar às 4h40 desta quarta, no horário de abertura do Metrô.

O governo de São Paulo classificou a greve como ilegal e não pretende recuar nos estudos de concessão.

Ainda no início da votação, a diretoria do sindicato informou na assembleia, sem mencionar o valor, que a Justiça do Trabalho havia aumentado a multa aos metroviários no caso de descumprimento de colocar 100% da frota em operação nos horários de pico e de 80% nos demais, se a paralisação continuasse.

Caso a greve dos funcionários do metrô se prolongasse até esta quarta, a multa imposta aos metroviários subiria para R$ 2 milhões.

No último dia 29, o TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região) determinou que, no dia da greve, os funcionários do Metrô teriam de manter 100% da operação nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h) e 80% nos demais horários. Em sua decisão, o desembargador Celso Ricardo Peel Furtado de Oliveira havia estabelecido multa de R$ 500 mil em caso de descumprimento dos termos.

Nesta terça, contudo, atendendo a um pedido do Metrô, o juiz proferiu nova decisão e determinou que, caso a paralisação se estenda até esta quarta e os metroviários não estejam operando com os efetivos exigidos (100% em horário de pico e 80% no restante), a multa será ampliada para R$ 2 milhões.

Segundo Oliveira, a decisão ocorre "em razão do efetivo descumprimento da ordem judicial", "em evidente desprestígio ao Poder Judiciário", e "considerando a hipotética prorrogação do movimento paredista para o dia 4 de outubro de 2023".

Lisboa disse que o sindicato vai recorrer das multas e, principalmente, da decisão que obrigava a operação com 100% do efetivo.

"Se eles [sindicatos] não respeitam nem os cidadãos, nem a Justiça, vão respeitar quem?", questionou Tarcísio, nesta terça.

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