'Foi extremamente tenso', relata passageira de voo da Gol em que turbina explodiu

Imagens do momento foram feitas pela empresária, que compartilhou o registro nas redes sociais

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São Paulo

A empresária Sabrina Charello, 21, viveu momentos de pânico no que era para ter sido apenas uma viagem de turismo e descanso ao Rio de Janeiro (RJ). Na volta para casa, o voo em que ela estava, do aeroporto Santos Dumont com destino a Congonhas, em São Paulo (SP), na segunda-feira (9), precisou fazer um pouso de emergência depois da explosão de uma das turbinas da aeronave.

"A gente percebeu que, quando o avião decolou, alguma coisa estava estranha, ele estava fazendo uns barulhos suspeitos. Mas ninguém comunicou a gente [sobre algum problema]", relata. "Para mim e para a minha família foi extremamente tenso. Além [do barulho] da explosão ter sido muito alto, o avião desestabilizava muito".

Por acaso, enquanto filmava as nuvens, ela acabou registrando o momento exato da explosão, em um vídeo que viralizou nas redes sociais nesta sexta (13).

Frame de vídeo feito por passageira mostra chamas saindo da região da asa direita de uma aeronave da Gol durante o voo
Turbina de avião da Gol explode durante voo Rio-SP - Reprodução Tiktok/@sacharell

Nas imagens feitas por Charello, é possível ouvir um alto barulho, seguido de chamas, fumaça e estilhaços saindo da região da asa da aeronave da Gol.

Segundo ela, alguns passageiros tiveram crises de pânico e a orientação dada pelo piloto após a explosão foi para que todos ficassem sentados. Na sequência, ainda de acordo com a empresária, foi informado que retornariam para a capital fluminense para um pouso de emergência.

A aterrissagem foi feita no aeroporto Galeão. A companhia aérea informa que não houve feridos.

"A gente ficou horas em pânico", conta a jovem, que, originalmente, faria uma escala em São Paulo a caminho de Curitiba, onde vive. "Além de ter passado por essa situação, tivemos que pegar outro avião para chegar no destino final".

Ela afirma que demorou até conseguir um novo voo, e relata descaso da companhia no atendimento aos clientes. "Ficamos numa fila gigantesca, por cerca de três horas, sem comer. Eles só forneciam água", diz, acrescentando que, após a espera, receberam apenas um voucher de R$ 30 para alimentação.

"A sensação de entrar num avião de novo depois de tudo aquilo foi horrível. Eu tremia inteira e minha mãe orava".

Em comunicado, a Gol diz que "a tripulação cumpriu os procedimentos previstos e a aeronave pousou normalmente". Também afirma que os clientes receberam suporte e tiveram as passagens remarcadas para os próximos voos com destino a Congonhas.

A companhia diz, ainda, que "cumpre à risca" o programa de manutenção preventiva recomendado pelo fabricante dos motores das aeronaves da frota, "aprovado e auditado pelas autoridades de aviação civil". Além disso, diz monitorar em tempo real "os parâmetros de cada motor de suas aeronaves".

Questionada se esse monitoramento apontou falhas no equipamento antes da explosão, a empresa não respondeu até a publicação desta reportagem.

O incidente desta semana acontece pouco mais de um mês após o sistema de ventilação de uma aeronave da Gol falhar e fazer com que o avião fosse tomado por fumaça branca. O incidente também aconteceu na ponte aérea Rio-São Paulo

De acordo com a companhia, a fumaça foi proveniente de vapores de fluido hidráulico que adentraram a cabine pelo sistema de ventilação. Na ocasião, também foi necessário fazer um pouso de emergência.

Em maio, a turbina de uma aeronave da Gol pegou fogo durante a decolagem, paralisando as operações do aeroporto Santos Dumont por mais de uma hora.

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