Descrição de chapéu violência

Homem é retirado de dentro de carro da PM e agredido na região da 25 de Março

Segundo a Polícia Militar, vítima tinha sido acusada de furtar celular, mas nada foi achado

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São Paulo

Um homem que buscou abrigo dentro de uma viatura da Polícia Militar foi arrancado de dentro do carro por um grupo de pessoas e agredido na frente dos policiais na tarde de segunda-feira (27) no cruzamento das ruas Comendador Afonso Kherlakian e Barão de Duprat, no centro de São Paulo.

O ponto fica a poucos passos da rua 25 de Março, conhecida via do comércio popular da capital paulista. A caso ocorreu por volta da 14h.

Homem é arrancado de viatura da PM e espancado na região da rua 25 de março, no centro de São Paulo. Agressões ocorreram na segunda-feira (27)
Homem é arrancado de viatura da PM e espancado na região da rua 25 de março, no centro de São Paulo. Agressões ocorreram na segunda-feira (27) - Reprodução

Segundo a PM, um homem teria deixado um telefone em uma assistência técnica em um shopping na região. Ao retornar, ele não sabia o local exato, o que deu início a um bate-boca. A confusão então cresceu, com mais pessoas se juntando à discussão.

Alguém então acusou o homem de ter furtado um celular, e ele passou a ser agredido com socos e chutes pela multidão.

O homem que estava sendo agredido tentou se abrigar dentro da viatura que estava parada na esquina das ruas. Mas mesmo com parte do corpo já dentro do carro, ele continuou apanhando.

Na sequência, o homem foi arrancado de dentro do veículo e espancado na rua. Um PM assistiu a cena sem intervir.

Segundo a corporação, não foi possível deter os agressores, diante da prioridade em se manter a integridade física da vítima.

Ainda de acordo com a Polícia Militar, com a vítima foram encontrados dois telefones celulares, mas nenhum deles tinha sinal de ter sido roubado. O homem também sabia a senha para desbloquear os aparelhos. Além disso, ninguém deu queixa de furto.

O homem sofreu escoriações e foi levado para um hospital da região.

De acordo com a PM, ele não não quis registrar a ocorrência em uma unidade da Polícia Civil.

Para o gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, Bruno Langeani, os policiais tinham o dever de agir e proteger a vítima de agressão. "Mesmo sem informação de momento se o agredido era suspeito de furto ou inocente, naquela situação o homem agredido já está sob guarda da PM e esta é responsável pela sua integridade física".

Langeani afirmou que, "ao não algemar e embarcar o homem na viatura, os policiais do vídeo contribuem para a ocorrência do linchamento público, que por muito pouco poderia ter custado a vida dele".

Procurada, a Ouvidoria da Polícia declarou ter aberto um procedimento para acompanhar o caso. O órgão também declarou ter acionado a Corregedoria da PM para que a mesma apure eventual omissão e prevaricação por parte dos agentes envolvidos.

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