Descrição de chapéu Rio de Janeiro Rio

Morador da Vila Kennedy, no Rio, mostrou o crachá antes de ser morto pela PM, diz advogado

Maqueiro estava a caminho do trabalho quando foi morto, no sábado, durante ação policial

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Rio de Janeiro

O maqueiro Eberson Luiz Santos da Silva, 42, teria sido morto por agentes da Polícia Militar, na Vila Kennedy, zona oeste do Rio de Janeiro, mesmo após mostrar o crachá de trabalho, disse o advogado e amigo da família, Eb Wilson Júnior.

A informação, segundo o advogado que presta apoio à família, foi dita por moradores que presenciaram o momento em que policiais fardados teriam feito disparos contra o maqueiro, no sábado (25), quando ele estava a caminho do trabalho na garupa de um mototáxi.

0
Maqueiro estava a caminho do trabalho quando foi morto em ação policial na Vila Kennedy, zona oeste do Rio de Janeiro - Leitor

"Pelo relato dos moradores, ele foi baleado duas vezes nas pernas, se identificou como trabalhador mostrando o crachá e, mesmo assim, deram outro tiro na barriga dele, que o levou a óbito", disse Júnior.

Ainda de acordo com o advogado, moradores teriam sido impedidos de socorrer o maqueiro, sendo atingidos por gás de pimenta.

Em nota, a PM do Rio afirmou que "policiais militares do 14º BPM (Bangu) realizavam um patrulhamento quando foram atacados a tiros por criminosos [...] De acordo com o comando da unidade, houve confronto e, logo após a troca de tiros, os agentes prenderam um dos envolvidos no ataque à guarnição. Com ele foram localizados 366 tabletes erva seca, 770 pedras de crack, 200 sacolé de pó branco, 02 carreadores, 01 coldre e 21 munições de 9 mm".

Ainda na nota, a corporação diz que "posteriormente, os agentes encontraram um morador ferido no local do confronto. O mesmo foi socorrido pelos policiais até o Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, para que pudesse receber o atendimento médico necessário".

Crachá de Eberton Luiz, morto em operação policial no sábado (25) - Leitor

De acordo com a unidade de saúde, ele já chegou morto à emergência.

Segundo o advogado, que enviou fotos da carteira de trabalho da vítima para a reportagem, Eberson trabalhou como maqueiro na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Costa Barros, na zona norte, até junho. E, desde julho, tinha um contrato temporário de um ano com uma empresa terceirizada na área da Saúde com a Prefeitura do Rio.

As armas dos agentes foram apreendidas para perícia na Delegacia de Homicídios da Capital, responsável por investigar mortes ocorridas durante ações policiais.

O enterro de Eberson ocorre na tarde desta segunda, na zona oeste do Rio.

Jovem morto em protesto

Um homem foi baleado e morto na noite de sábado (25) durante um protesto na avenida Brasil, na altura de Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro. A manifestação era em razão da morte de Eberson, ocorrida à tarde, durante ação policial no bairro Vila Kennedy, também na zona oeste.

Em nota, a PM afirmou que "um policial militar de folga reagiu a uma tentativa de assalto na avenida Brasil, altura de Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. De acordo com os relatos do militar, ele foi abordado pelo acusado e reagiu, baleando o homem. O ferido não resistiu. Equipes do Batalhão de Policiamento em Vias Expressas que atuavam para conter uma manifestação na via prestaram apoio na ocorrência".

Ainda de acordo com a corporação, "um Inquérito Policial Militar foi aberto para apurar os fatos e a ocorrência ficou a cargo da Delegacia de Homicídios da Capital".

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.