Descrição de chapéu greve

'Não podemos tolerar desrespeito, indisciplina', diz Tarcísio sobre greve

Governador criticou o não cumprimento de decisão da Justiça que previa 80% do efetivo em horários de pico nesta terça (28)

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São Paulo

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) voltou a lamentar a terceira greve do ano, reiterou que a paralisação tem cunho político e disse que não vai tolerar o desrespeito à determinação judicial que estabelecia funcionamento parcial do sistema de transporte sobre trilhos.

"Não podemos tolerar desrespeito, indisciplina", disse Tarcísio em pronunciamento na manhã desta terça (28). Ele ainda afirmou que o não cumprimento do que a Justiça determinou deve ser punido.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em evento do Grupo Voto
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em evento do Grupo Voto no dia 13 de novembro - Gustavo Rampini

"Nós procuramos, a partir da decisão do Judiciário, escalar as pessoas [organizar uma escala de trabalho]. Elas são passíveis de sanção e vamos estudar quais sanções vamos aplicar", completou ele, que considera que a greve é determinada por uma pequena parcela de servidores.

"É uma greve política, não tem pauta e não tem reivindicação salarial", disse. O governador afirmou ainda que considera a paralisação desta terça menor que a greve de outubro, que também tinha a concessão de serviços à iniciativa privada como alvo.

A paralisação reúne diferentes pautas, contra privatização e cortes do orçamento, e conta com adesão de trabalhadores do Metrô, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), e da Sabesp, além de professores da rede pública e de servidores da Fundação Casa.

De acordo com Tarcísio, o serviço mais afetado nesta terça é o metrô, que registrou 88% de adesão à greve. Na CPTM, 70% do efetivo está trabalhando e, na Sabesp, 80%, segundo ele.

A greve não afeta as linhas privatizadas do metrô (4-amarela e 5-lilás) e de trens (8-diamante e 9-esmeralda). No início da manhã, as linhas 1-azul, 2.verde e 3-vermelha operavam parcialmente, e a linha 15-prata estava parada.

O governador afirma que suas promessas de campanha têm sido cumpridas, como aumento do salário mínimo e congelamento da tarifa para transportes públicos.

"Não adianta fazer greve contra privatização. Vamos continuar tocando, vamos continuar desestatizando. Privatização da Sabesp vai acontecer ano que vem." Para Tarcísio, não concordar com o projeto é legítimo, porém, disse ele, "não é prejudicando o cidadão, impondo sofrimento, que vamos chegar em algum lugar".

"Tem uma turma que não quer o debate. Quer desgastar o debate e quer atingir o governo, mas atingem em cheio o cidadão."

Durante o pronunciamento, Tarcísio estava acompanhado dos presidentes de CPTM, Metrô e Sabesp. Segundo Pedro Mouro, à frente da CPTM, a paralisação é pequena e todas as linhas estão funcionando, algumas de forma parcial.

Por volta das 9h30, as linhas 7-rubi e 11-coral funcionavam parcialmente, enquanto na 12-safira e 13-jade a operação era normal. Na linha 10-turquesa, que amanheceu parada, a previsão era que a operação fosse retomada parcialmente no trecho entre as linhas Brás e Mauá, das 10h às 15h.

Segundo Mouro, foi registrado um aumento de servidores que apresentaram atestados médicos, tanto na paralisação de outubro, quando a companhia recebeu cinco vezes mais de atestados que em dias normais, quanto nesta terça. Nesta terceira paralisação, até as 8h30 a CPTM já tinha registrado ao menos o dobro de atestados médicos, ele diz, e a conduta dos servidores será investigada.

Em meio à greve, os trens da CPTM são operados por maquinistas ou supervisores que não aderiram à paralisação. Já no metrô a condução está a cargo dos supervisores de tráfego, segundo a companhia.

Nesta segunda (27), a Justiça do Trabalho determinou que funcionários do Metrô trabalhem com 80% da capacidade total nos horários de pico desta terça. Já a CPTM deve trabalhar com 85% da capacidade no mesmo período.

Os sindicatos das categorias afirmam não aceitar as determinações da Justiça e mantiveram o protesto.

Tarcísio criticou o descumprimento da decisão. "Eles dizem que vão procurar a Justiça por causa da escala estabelecida. A mesma Justiça que eles desrespeitaram? Aquela mesma que eles ignoraram, é essa que vão procurar? Temos que começar a parar para pensar. Qual é a sociedade que queremos?"

A paralisação de metroviários e ferroviários foi ratificada após ausência de acordo na reunião entre sindicalistas e secretários da gestão Tarcísio, realizada na segunda na sede da Secretaria de Parcerias em Investimentos.

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