Sindicatos aprovam nova greve no metrô e na CPTM para próxima terça (28) em SP

Paralisação unificada também deve contar com professores de escolas estaduais e funcionários da Sabesp e da Fundação Casa

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São Paulo

Sindicatos de servidores de órgãos geridos pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) aprovaram uma greve unificada para a próxima terça-feira (28).

A paralisação deverá contar com trabalhadores do Metrô, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), da Sabesp (Companhia de Saneamento do Estado), professores da rede pública e de servidores da Fundação Casa.

A paralisação não afeta os linhas privatizadas do metrô (4-amarela e 5-lilás) e de trens metropolitanos (8-diamente e 9-esmeralda).

Cartaz na estação Tatuapé, na zona leste, indicava greve no transporte público sobre trilhos no último dia 3 de outubro - Bruno Santos - 3.out.23/Folhapress

No último dia 3 de outubro, funcionários do Metrô, da CPTM e da Sabesp fizeram greve contra os planos de privatização de Tarcísio. A greve durou 24 horas e foi classificada pelo governo como ilegal —a Justiça tinha determinado que 80% do efetivo trabalhasse, com 100% durante os horários de pico. O governador também acusou os sindicatos de agirem com "clara motivação política".

Entre as pautas da nova paralisação unificada da próxima terça está novamente a privatização da Sabesp e de outros setores, como no transporte sobre trilhos.

Outras pautas relacionadas à decisões da gestão Tarcísio também compõem os argumentos utilizados pelos trabalhadores para justificar a greve unificada, tais como um corte de 5% no orçamento da educação, o leilão da Linha 7-Rubi da CPTM, marcado para 29 de fevereiro de 2024, segundo comunicado do Sindicato dos Metroviários e terceirizações.

Na noite de quarta (22), funcionários de três linhas da CPTM –11-coral, 12-safira e 13-jade– aprovaram paralisação na próxima terça. A decisão ocorreu em assembleia realizada no Sindicato dos Trabalhadores da Central do Brasil, que representa os ferroviários das três linhas. Agora eles tentam englobar mais ramais, como ocorreu no dia 3.

Também entrou na pauta da greve a reintegração de funcionários mandados embora pelo Metrô. No último dia 24 de outubro, a empresa anunciou que havia demitido nove pessoas, entre elas, líderes sindicais, por causa de um protesto realizado 12 dias antes por causa de advertências a trabalhadores da linha 2-verde, consideradas injustas. A paralisação durou cerca de três horas.

O Sindicato dos Metroviários chegou a votar uma greve, que não foi aprovada em assembleia, por causa destas demissões.

A decisão foi postergada para uma nova assembleia, de 24 horas, que terminou no início da noite desta quinta e aprovou a participação dos metroviários na nova greve unificada.

Uma entrevista foi marcada para a manhã desta sexta-feira (24) para explicar como será a greve da terça.

Centro da disputa entre grevistas e governo, o plano de repassar serviços públicos à iniciativa privada é considerado estratégico pela gestão Tarcísio.

Os planos para Sabesp, Metrô e CPTM estão em estágios de maturidade diferentes. Deputados estaduais paulistas aprovaram nesta quarta em comissões da Assembleia Legislativa de São Paulo o relatório de venda da empresa de saneamento, que deve ir ainda neste para plenário.

A intenção é vender participação do governo na empresa e ficar com menos da metade das cotas, ou seja, repassando a administração para o setor privado.

Em relação à CPTM, o governo estadual encomendou um estudo para privatizar todas as linhas que hoje são administradas diretamente pela empresa pública.

No Metrô, os planos de terceirização estão em andamento. Está prevista a concessão dos serviços de atendimento ao público nas estações, hoje feito por servidores públicos, e da manutenção da linha 15-prata.

Além disso, Tarcísio já manifestou intenção de conceder a operação das linhas públicas do Metrô —1-azul, 2-verde, 3-vermelha e 15-prata. Oficialmente, há apenas processo de estudo para essas concessões.

Na terça passada (21), durante evento na zona leste da capital para apresentar o tatuzão que vai perfurar a nova fase da linha 2-verde do metrô, o governador disse que a privatização daquele ramal "ainda não está no radar".

Essa vai ser a terceira greve no transportes no governo Tarcísio. A primeira, em março, reivindicava abono salarial para repor perdas, segundo os grevistas, causadas pela falta de pagamento de participação nos lucros de 2020 a 2022.

Além disso, o movimento pedia a revogação de demissões por aposentadoria e outros desligamentos feitos em 2019. A paralisação aconteceu dois meses após o início das negociações, em janeiro.

Erramos: o texto foi alterado

Versão anterior deste texto identificou erroneamente uma das linhas privatizadas do metrô como linha 5-rubi. O nome correto é linha 5-lilás. 

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