Descrição de chapéu indústria Defesa Civil

Afundamento de mina da Braskem dobrou o ritmo em 24 horas, diz Defesa Civil

Nível passou de 0,21 cm por hora para 0,35 e depois para 0,54; entidade mantém alerta de risco de colapso

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São Paulo

A velocidade do afundamento do solo na mina 18 da Braskem, no bairro do Mutange, em Maceió (AL), dobrou nas últimas 24 horas, de acordo com a Defesa Civil municipal.

A velocidade do afundamento está em 0,54 cm por hora, apresentando um movimento de 13 cm nas últimas 24h, segundo boletim emitido pelo órgão na noite deste sábado (9). O rebaixamento já acumula 2,24 m.

No boletim divulgado na tarde de sexta-feira (8), a velocidade do afundamento estava em 0,21 cm por hora, com movimento de 5,2 cm nas 24 horas anteriores. O rebaixamento acumulado era de 2,09 m até então. Na manhã deste sábado, o afundamento informado estava em 0,35 cm por hora, com um movimento de 8,6 cm nas últimas 24h.

Área afundada no Mutange, bairro de Maceió (AL) onde há risco de colapso em uma mina da Braskem - Robson Barbosa - 1ºdez.2023/AFP

O órgão mantém o aviso de alerta para o risco de colapso da mina 18 —esse é o segundo nível mais alto de alerta.

Uma nota conjunta das coordenações municipal, estadual e nacional de Defesa Civil, publicada na quinta (7), apontou que a área com risco de colapso tem diâmetro de 78 metros, três vezes o raio da mina 18 e similar ao comprimento de uma piscina olímpica e meia.

A região tem sido monitorada constantemente após o aviso de risco iminente de colapso da mina da Braskem no fim de novembro. O perigo obrigou a evacuação de um hospital e da população localizada na região sob risco.

Ao redor do ponto com maior risco de colapso, técnicos estabeleceram uma área de segurança que continua com a proibição do trânsito de pessoas.

RELEMBRE HISTÓRICO DO CASO

Os primeiros relatos sobre os danos no solo em Maceió surgiram em meio de tremores de terra no dia 3 de março de 2018. Na ocasião, o abalo fez ceder trechos de asfalto e causou rachaduras no piso e paredes de imóveis, atingindo cerca de 14,5 mil casas, apartamentos e estabelecimentos comerciais. Outros bairros, como Pinheiro, Bebedouro, Bom Parto e Farol também foram atingidos.

Ao todo, cerca de 20% do território da capital alagoana foi afetado, e cerca de 6 mil pessoas tiveram que deixar suas casas.

Em 2019, o Serviço Geológico do Brasil, órgão ligado ao Ministério das Minas e Energia, concluiu que as atividades de mineração da Braskem em uma área de falha geológica causaram o problema.

Na época, a mineradora tinha em área urbana 35 poços de extração de sal-gema, material usado para produzir PVC e soda cáustica. Os poços estavam pressurizados e vedados, porém a instabilidade das crateras causou danos ao solo, que foram visíveis na superfície.

A exploração do minério começou em 1979 e se manteve até maio de 2019, quando foi suspensa pela Braskem um dia após a divulgação do laudo pelo Serviço Geológico.

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