Afundamento do solo em mina da Braskem em Maceió passa de 2 metros

Risco de colapso do solo no bairro Mutange atinge área com 78 metros de diâmetro no entorno da mina 18

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São Paulo

O afundamento do solo na mina 18 da Braskem, no bairro do Mutange, em Maceió (AL), passou de dois metros desde o início do monitoramento até as 16h desta quinta-feira (7).

Uma nota conjunta das coordenações municipal, estadual e nacional de Defesa Civil, publicada também nesta quinta, apontou que a área com risco de colapso tem diâmetro de 78 metros, três vezes o raio da mina 18 e similar ao comprimento de uma piscina olímpica e meia.

A velocidade vertical registrada pela Defesa Civil Municipal foi de 0,21 cm por hora, num total de 5,2 cm abaixo nas 24 horas anteriores ao boletim.

foto aérea mostra área barrenta do lado direito com vegetação verde do lado esquerdo
Área afundada no Mutange, bairro de Maceió (AL) onde há risco de colapso em uma mina da Braskem - Robson Barbosa - 1ºdez.2023/AFP

A região tem sido monitorada constantemente após um aviso de risco iminente de colapso em uma mina da Braskem em Maceió. O perigo obrigou a evacuação de um hospital e da população localizada na região sob risco, que abrange os bairros Mutange, Pinheiro, Bebedouro e parte do Bom Parto e do Farol.

Ao redor do ponto com maior risco de colapso, técnicos estabeleceram uma área de segurança que continua com a proibição do trânsito de pessoas.

Técnicos estimam dois resultados para os movimentos do solo na região. Um é o de depressão circular da mina 18. O outro, um autopreenchimento ou estabilização em uma camada mais rasa.

Segundo a nota, a diminuição da velocidade de afundamento verificada pelos técnicos indica tendência de constância, levando a um cenário de estabilidade no local.

Relembre histórico do caso

Os primeiros relatos sobre os danos no solo em Mutange surgiram em meio de tremores de terra no dia 3 de março de 2018. Na ocasião, o abalo fez ceder trechos de asfalto e causou rachaduras no piso e paredes de imóveis, atingindo cerca de 14,5 mil casas, apartamentos e estabelecimentos comerciais. Outros bairros, como Pinheiro, Bebedouro, Bom Parto e Farol também foram atingidos.

Em 2019, o Serviço Geológico do Brasil, órgão ligado ao Ministério das Minas e Energia, concluiu que as atividades de mineração da Braskem em uma área de falha geológica causaram o problema.

Na época, a mineradora tinha em área urbana 35 poços de extração de sal-gema, material usado para produzir PVC e soda cáustica. Os poços estavam pressurizados e vedados, porém a instabilidade das crateras causou danos ao solo, que foram visíveis na superfície.

A exploração do minério começou em 1979 e se manteve até maio de 2019, quando foi suspensa pela Braskem um dia após a divulgação do laudo pelo Serviço Geológico.

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