Afundamento em mina da Braskem volta a cair e chega a 0,26 cm por hora

Para a Defesa Civil do Maceió, situação ainda é de colapso iminente, mas órgão estadual aponta estabilidade

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São Paulo

A velocidade de afundamento na região da mina 18 da petrolífera Braskem, no bairro do Mutange, zona leste de Maceió, voltou a cair nesta segunda-feira (4) e chegou a 0,26 cm por hora, segundo a Defesa Civil da capital alagoana.

Ao todo, o solo da mina afundou 1,80 m desde o início do monitoramento, em 28 de novembro, até as 17h desta segunda. Nas últimas 24 horas, o movimento foi de 6,3 cm, informa o boletim divulgado às 17h.

Mais cedo, o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), já havia relatado a redução no ritmo do deslocamento. "Nós chegamos a 5 centímetros de afundamento [por hora], agora estamos em 0,25. Ou seja, é o menor patamar desde o dia 28 [quando foi iniciado monitoramento após novos abalos sísmicos]", disse Caldas durante pronunciamento nesta segunda-feira (4) em Brasília, onde se reúne com ministros e políticos. No sábado, o ritmo estava em 0,7 cm/h.

Mina da Braskem localizada no bairro do Mutange, em Maceió - Itawi Albuquerque / Secom

Para a Defesa Civil de Maceió, apesar da diminuição, a área segue em risco iminente de colapso orienta que a população "não deve transitar na área desocupada até uma nova atualização da Defesa Civil, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo."

A Defesa Civil de Alagoas, por sua vez, avalia haver estabilidade.

O ministro do Turismo, Celso Sabino, também se pronunciou sobre o caso nesta segunda. Ele disse que o desastre ambiental em Maceió não afetou nenhum ponto turístico. Por isso, os turistas "devem manter suas programações".

"Não há nenhum aparelho turístico na cidade que está sendo influenciado pelos afundamentos. A avenida Litorânea, as praias da cidade, o aeroporto da cidade, os hotéis que ficam ali nos principais atrativos turísticos da cidade de Maceió, nenhum deles tem sofrido qualquer consequência dos afundamentos", declarou Sabino.

O sinal de alerta sobre a situação nos arredores da mina foi aceso na última quarta-feira (29), quando Defesa Civil de Maceió divulgou haver risco iminente de colapso na região.

A população que mora próximo à área atingida foi orientada a deixar o local e procurar abrigo, e a prefeitura decretou estado de emergência por 180 dias.

Os primeiros relatos sobre os danos no solo em Mutange surgiram em meio de tremores de terra no dia 3 de março de 2018. Na ocasião, o abalo fez ceder trechos de asfalto e causou rachaduras no piso e paredes de imóveis, atingindo cerca de 14,5 mil casas, apartamentos e estabelecimentos comerciais. Outros bairros, como Pinheiro, Bebedouro, Bom Parto e Farol também foram atingidos.

Em 2019, o Serviço Geológico do Brasil, órgão ligado ao Ministério das Minas e Energia, concluiu que as atividades de mineração da Braskem em uma área de falha geológica causaram o problema.

Na época, a mineradora tinha em área urbana 35 poços de extração de sal-gema, material usado para produzir PVC e soda cáustica. Os poços estavam pressurizados e vedados, porém a instabilidade das crateras causou danos ao solo, que foram visíveis na superfície.

A exploração do minério começou em 1979 e se manteve até maio de 2019, quando foi suspensa pela Braskem um dia após a divulgação do laudo pelo Serviço Geológico.

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