Descrição de chapéu violência

Pedidos de medida protetiva em delegacia online da mulher de SP crescem 50% em um ano

Alta estaria ligada à facilidade em registrar boletim de ocorrência de maneira remota, afirma delegada

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São Paulo

A quantidade de pedidos de medidas protetivas feitas via Delegacia de Defesa da Mulher online teve alta de 51% no comparativo entre os anos de 2022 e 2023 em São Paulo.

Conforme a delegada Utimia Cristine Pinheiro Gonçalves, da DDM virtual, foram registrados 16.981 solicitações de janeiro a dezembro do ano passado ante 25.617 notificações até o dia 5 de dezembro deste ano —o índice de alta, portanto, ainda pode ser maior até o fim do mês.

No entendimento de Gonçalves, a alta pode estar ligada ao acesso mais simplificado para uma vítima requerer proteção, além da divulgação da possibilidade de elaborar o pedido de forma remota.

Fachada da Delegacia de Defesa da Mulher de São Caetano do Sul, no ABC paulista, em agosto de 2020
Fachada da Delegacia de Defesa da Mulher de São Caetano do Sul, no ABC paulista, em agosto de 2020 - Divulgação/Governo do Estado de São Paulo

"A gente sabe que a delegacia não é um ambiente muito aconchegante. O fato de ela poder registrar em qualquer lugar que ela estiver pelo celular, pelo tablet ou pelo próprio computador acabou facilitando muito para a vítima", disse a delegada.

Além do pedido via internet, a Delegacia de Defesa da Mulher online também conta com a possibilidade de atendimento via videoconferência. Nesse caso, também houve aumento na procura. Foram 1.379 pedidos de medida protetiva entre janeiro a 5 de dezembro deste ano contra 555 solicitações nos 12 meses de 2022.

"De noite e aos finais de semana, no interior e em cidades que não tem DDM 24 horas, quando a vítima vai para a delegacia territorial, há a pergunta se ela quer atendimento pela Delegacia de Defesa da Mulher online. Se ela aceita, a gente faz atendimento por videoconferência. Nesse caso, é a gente que faz o boletim e se ela solicita a medida protetiva, a gente já faz o ajuizamento", explicou Gonçalves sobre o funcionamento da opção.

Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), São Paulo tem 140 delegacias da mulher, o que representa 40% de todas as unidades semelhantes espalhadas pelo país.

De acordo com a delegada Jamila Jorge Ferrari, coordenadora das Delegacias de Defesa da Mulher, a maioria das vítimas que registram boletim de ocorrência está se separando ou tentando se separar de seus agressores. "Elas são mulheres jovens, entre 20 e 30 anos. Há filhos nesses relacionamentos, não necessariamente do agressor, e a ocorrência da violência acontece em casa", diz trecho de nota publicada no site da SSP.

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