Descrição de chapéu chuva clima

Inundações no Acre afetam mais de 11 mil pessoas, e 17 cidades estão em estado de emergência

No município de Jordão, mais de 80% da população foi atingida; em Xapuri, móveis foram retirados da Casa de Chico Mendes

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Curitiba

Mais de 11 mil pessoas já foram afetadas pelas inundações no Acre causadas pela elevação dos níveis de água em rios e igarapés. Fortes chuvas atingem o estado desde a semana passada.

São 5.402 pessoas desabrigadas e 5.720 desalojadas, ou seja, que foram para casa de familiares ou amigos. Segundo o governo do Acre, há 58 abrigos públicos em funcionamento nas dez cidades mais críticas.

Portaria publicada nesta segunda-feira (26) no Diário Oficial da União pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil reconhece a situação de emergência em 17 dos 22 municípios do estado.

Vista aérea da cidade de Assis Brasil, uma das atingidas pelas fortes chuvas - Assis Brasil - 26.fev.24/Secom

São eles: Assis Brasil, Brasileia, Capixaba, Cruzeiro do Sul, Epitaciolândia, Feijó, Jordão, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Plácido de Castro, Porto Acre, Porto Walter, Santa Rosa do Purus, Sena Madureira, Tarauacá e Xapuri, além da capital Rio Branco.

Territórios indígenas também estão sendo atingidos pela cheia e, segundo o governo estadual, a maior preocupação é com povos isolados em Marechal Thaumaturgo, Feijó, Santa Rosa do Purus, Jordão e Assis Brasil.

O município de Jordão, com pouco mais de 9.000 habitantes, tem uma das situações mais críticas no estado, com 80% da população atingida pelas águas do rio Tarauacá.

A prefeitura de Jordão diz que a quantidade de chuva ultrapassou os 100 mm entre os dias 22 e 24 de fevereiro, gerando a elevação abrupta do nível do rio. A cota de transbordamento do rio Tarauacá na cidade é de 7,50 metros, e ele já chegou a 9,55 metros.

Patrimônio histórico e cultural, a Casa de Chico Mendes, em Xapuri, também foi atingida pelas inundações. Móveis e objetos começaram a ser retirados com apoio do Corpo de Bombeiros na segunda-feira, de acordo com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.

Segundo a pasta, a casa já foi atingida em outras enchentes. Em 2015, ficou quase toda submersa. No ano passado, a água dentro do imóvel chegou a um metro.

No boletim de segunda-feira divulgado pela prefeitura de Xapuri, o rio Acre chegou a 14,52 metros, ultrapassando a cota de transbordamento (13,40 metros).

Na capital Rio Branco, o rio Acre chegou a 16,20 metros na manhã desta terça-feira (27), de acordo com boletim divulgado pelo governo estadual. A cota de transbordamento é de 14 metros.

O reconhecimento da situação de emergência permite que as cidades solicitem recursos junto ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional para ações de assistência humanitária, como compra de alimentos, água potável e combustível.

Também é possível pedir dinheiro para restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução de infraestrutura ou moradias destruídas ou danificadas.

Segundo o ministério, a liberação do dinheiro ocorre logo após a apresentação de planos de trabalho por parte das prefeituras.

Segundo o Cigma (Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental), a previsão é de sol entre muitas nuvens em todo o Acre nesta terça-feira (27).

"O tempo abafado favorece a organização de nuvens carregadas que provocam pancadas de chuva com trovoadas entre a tarde e à noite em todas as regiões", informa o Cigma.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.