Descrição de chapéu Obituário Jorge Luis Etecheber (1967 - 2024)

Mortes: Fotógrafo reconhecido, era o ranzinza mais amado

Jorge Luis Etecheber deixou seu olhar gravado na cena cultural de São José do Rio Preto

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São Paulo

Apaixonado por lentes e máquinas fotográficas, especialmente as analógicas, de filme, Jorge Luis Etecheber passou a registrar a vida cultural de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, cidade em que nasceu e de onde nunca saiu. Deixou seu nome gravado na publicidade e na cena cultural, criando um reconhecido acervo local.

Em mais de 30 anos de carreira, Etecheber se tornou uma das figuras mais importantes na história da fotografia em São José do Rio Preto. Trabalhou intensamente no ramo publicitário nas décadas de 1980 e 1990, na era analógica.

O fotógrafo Ricardo Boni conta que, ainda muito jovem, pediu uma oportunidade no estúdio de Etecheber.

José Luis Etecheber (1967 - 2024)
Jorge Luis Etecheber (1967 - 2024) - Diulgação/Ricardo Boni

"Isso foi no começo dos anos 2000. Ele me ensinou a fotografar, aprendi tudo com ele. Eu o tenho como um pai. Ele era muito bondoso e tinha o coração aberto a passar o conhecimento a quem quisesse aprender", diz Boni, que conta que o mestre é padrinho de seu filho mais velho.

A personalidade também chamava a atenção.

"Ele era forte, perfeccionista. Era ranzinza, mas o cara mais gente boa da terra, o mais amado. Era um turrão divertido, com o coração gigante, sempre disposto a ajudar", descreve o antigo aluno.

Em 2004, em plena transição das câmeras de filme para as digitais, Etecheber deu mais uma prova de sua generosidade.

"Tive a oportunidade de trabalhar em um jornal como repórter fotográfico, mas eu só tinha equipamento de filme. Ele me emprestou uma câmera digital que era uma fortuna na época. Não é qualquer um que faz isso", diz.

Apesar do sucesso no ramo publicitário, foi capturando os acontecimentos e personagens da cena cultural que Etecheber conquistou reconhecimento de artistas e coletivos de diversas partes do Brasil.

Durante décadas, registrou peças de teatro, shows, exposições e outros eventos artísticos que marcaram a cidade. Parte desse acervo pôde ser contemplado na última edição do Festival Internacional de Teatro, em 2023, evento que Etecheber fez questão de registrar desde a primeira edição.

No ano passado, enquanto se tratava um câncer, Etecheber se mantinha atuante como podia, registrando apresentações do Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto, realizando mais um projeto em que evidenciava o poder documental da imagem e sendo homenageado na primeira edição da Temporada de Fotografia, no Riopreto Shopping. Seu último projeto foi a exposição "3 Instantes de Rio Preto", realizada no Espaço Cultural Edson Baffi, no Mercado Municipal.

"Ainda bem que nós conseguimos fazer uma série de homenagens com ele ainda em vida. Ele é meu amigo, meu professor, meu pai. Umas das pessoas mais importantes na minha vida. Ele está eternizado na minha memória e nas minhas fotos", ressalta Boni

Etecheber morreu, aos 56 anos, no dia 24 de janeiro. Deixou um casal de filhos, os pais e um irmão, além de inúmeros amigos e alunos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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