Descrição de chapéu Vida Pública Alalaô

No Rio, servidor atua em bailes e festas de rua para quem não pode ir à Sapucaí

Marcelo Veríssimo, 59, começou na empresa como aprendiz há mais de 40 anos; hoje é gerente de eventos

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Rio de Janeiro

Marcelo Veríssimo, 59, tem trabalho redobrado na época do Carnaval carioca. Suas funções vão desde organizar festas de rua até auxiliar na fiscalização da Sapucaí em dia de desfile. Para ele, promover uma boa experiência para os foliões ajuda a cumprir o principal objetivo do evento: levar felicidade ao público.

Conhecido como "Marcelinho da Riotur", o servidor passou a maior parte da vida na empresa municipal de turismo, onde trabalha desde os 13 anos. Hoje gerente de eventos da companhia, ele foi testemunha de transformações pelas quais o sambódromo e o Carnaval passaram nas últimas quatro décadas.

Marcelo é um homem negro careca de olhos escuros e uma barba grisalha. Ele veste uma blusa azul escura de uniforme da Riotur e uma calça jeans preta. Ele está na avenida do sambódromo. É possível ver parte da grade azul que separa o público da avenida e, ao fundo, os arcos a praça da apoteose
O servidor da Riotur Marcelo Veríssimo, 59, no sambódromo da Marquês de Sapucaí, onde ele trabalha durante o carnaval - Alexandre Macieira/Riotur

"Minha função é levar alegria para a população. Ver a felicidade, o brilho das pessoas, me motiva", afirma.

"Muitas pessoas vêm de fora para curtir, então precisamos dar atenção em toda essa parte de serviços públicos para que elas tenham conforto e se divirtam neste momento único que é o Carnaval."

Os preparativos para a festa começam em outubro, em paralelo com a organização do Ano-Novo, segundo Marcelo. Em janeiro, um mês antes do evento, a rotina se intensifica e se estende até as madrugadas.

A equipe estrutura a cidade para comportar o Carnaval, em conjunto com outros órgãos públicos municipais e estaduais. São 20 mil agentes públicos do município envolvidos no evento, segundo a Riotur.

Marcelo ajuda a organizar a programação dos bailes populares de Carnaval, que são uma grande festa em espaços públicos, com apresentações musicais de gêneros variados. O mais famoso, da Cinelândia, no centro do Rio, homenageia cantores da era do rádio.

Ele também é responsável por coordenar desfiles de blocos de enredo, grupos que almejam se tornar escolas de samba, no mesmo bairro. A equipe de Marcelo trabalha para que a programação do evento transcorra como planejada.

Para o servidor, as festas de rua são uma maneira de tornar o Carnaval acessível para quem não pode ir ao sambódromo. O mesmo vale para o ensaio técnico, gratuito, quando escolas do grupo especial desfilam na Sapucaí pouco antes do dia do evento.

"Festas na rua acontecem porque muita gente sonha em ver desfiles, mas não podem por causa do preço. Já nos ensaios, é a oportunidade das pessoas conhecerem uma passarela", diz.

Nos dias de desfile do sambódromo, ele fica do lado de fora, ajudando nas demandas do público. Ele é procurado, por exemplo, quando um espectador perde o ingresso ou não sabe como entrar no local.

Por conciliar o trabalho com estudos, deixou a escola após concluir o ensino fundamental. Ele diz que, no entanto, aprendeu muito na convivência com outras pessoas e sempre se esforça para se manter atualizado.

Viu o início do sambódromo, inaugurado em 1984, quando já trabalhava na Riotur. Seu trabalho acompanhou o surgimento do lugar: foi o primeiro a elaborar um folheto com a programação da Sapucaí, distribuído para quem assiste ao evento. Hoje, diz que ainda pretende continuar por muito tempo na empresa.

"A gente tem um envolvimento muito grande no Carnaval que as pessoas de fora não imaginam como é", afirma. "Espero ficar mais uns 15 anos aqui."

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