O aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, terá um novo centro comercial, com 20 mil m² de área. O espaço, que também contará com sala VIP e escritórios, faz parte da reestruturação do local, mostrada na manhã desta segunda (25).
O local, com lojas, cafés e restaurantes, ficará junto ao novo terminal de embarque, que deverá ser construído até junho de 2028, segundo a Aena Brasil, concessionária que administra Congonhas.
Conforme mostrou a Folha no ano passado, por contrato, a Aena, que assumiu a gestão do aeroporto em outubro de 2023, terá de construir um novo terminal para aumentar as pistas de taxiamento e a principal, já que atual não atende as normas internacionais.
A cerimônia de apresentação da reestruturação de Congonhas, no salão de autoridades do aeroporto, contou com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Também participaram, entre outros, executivos das principais empresas aéreas, e o presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Tiago Sousa Pereira.
O investimento do grupo espanhol Aena no aeroporto é estimado em R$ 2 bilhões. O atual terminal deverá ser usado apenas para desembarque. O número de pontes de embarque passará de 12 para 19, como também mostrou a Folha.
Ao todo, foram estudadas 27 alternativas de reestruturação do aeroporto.
Kleber Meira, diretor-executivo do aeroporto, diz que com a reformulação nas pontes de embarque, Congonhas comportará receber aviões maiores e ao mesmo tempo.
"Hoje temos 30 posições, sendo 12 com pontes de embarque e 18 de remotas, que não conseguem comportar todas as aeronaves", afirma. "Quando um Max [modelo de avião Boeing 737] tentar entrar nos fingers [pontes], ele só consegue no 1, no 2 ou no 12. A ideia é que com a ampliação das posições, todas estejam habilitadas a receber qualquer tipo de aeronave", afirmou.
É assim que a Aena planeja ampliar o número de passageiros dos atuais 22 milhões ao ano para cerca de 29 milhões de pessoas, até o fim da concessão. Ou seja, comportando aviões maiores, com mais assentos e em todas as posições de embarque e desembarque.
Repetidas vezes, os executivos da Aena, inclusive o diretor-presidente, Santiago Yus, disseram que o aeroporto comportará o avião Airbus A321neo, aeronave com capacidade para quase 250 passageiros.
Atualmente, o aeroporto está habilitado a realizar 44 operações de pousos e decolagens por hora e não há previsão para ampliação desta capacidade.
Até julho de 2028, como obriga o contrato de concessão 70% das pessoas devem usar essas pontes de embarque e não ônibus para chegar às aeronaves.
No total, Congonhas passará de 30 para 37 posições para aeronaves, entre pontes e embarques remotos. O novo pátio de aviões comerciais terá área total de 215 mil m².
As obras para construção do novo terminal de passageiros estão previstas para começarem ainda em 2024 e segundo Yus, o desafio é não parar o aeroporto e não reduzir o número de operações.
A área de embarque e desembarque vai dobrar de tamanho, chegando a 105 mil m².
O terminal de embarque terá um novo salão de check-in com 72 posições, podendo chegar a 108.
No desembarque, será instalado um novo sistema de processamento de bagagens, com promessa de ser mais rápido, com dez carrosséis contra os três atais, além do aumento de cinco para sete esteiras de restituição de bagagem.
Projeto também prevê portões reversíveis para que Congonhas possa operar voos internacionais, o que não ocorre atualmente. De acordo com Yus, ainda será preciso fazer negociações com órgãos como Polícia Federal, Receita Federal e Anvisa. Segundo ele, serão voos curtos para países da América do Sul.
Para tentar acabar com um dos principais gargalos do aeroporto, será criado um bolsão para carros de transporte por aplicativo ligado a uma fila virtual para embarque de quem sai do aeroporto. A expectativa é que o projeto comece a sair do papel já a partir do próximo mês.
"Não existe uma única bala de prata que vai resolver esse problema [para se chegar ou sair do aeroporto]", diz Meira.
A área de meio-fio terá um incremento de 250 metros para embarque e desembarque dos passageiros e haverá um acesso direto à futura estação de metrô da linha 17-ouro do metrô.
Durante a apresentação, o governador Tarcísio de Freitas afirmou que o primeiro trem da nova linha, que é fabricado na China, deverá chegar no meio do ano.
A promessa é que a linha 17 comece a funcionar em 2026 —ela foi anunciada inicialmente para a Copa do Mundo de 2014.
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