Descrição de chapéu clima

Jovens escalam grades para tomar banho de piscina em São Paulo; veja fotos

Sob calor intenso, crianças pularam cerca do CEU Butantã, na zona oeste; temperatura deste sábado (16) foi a 3ª maior do ano

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São Paulo

No início da tarde, sob sol intenso, dezenas de crianças e adolescentes escalavam as grades do CEU Butantã, na zona oeste de São Paulo, para se refrescar na piscina do equipamento público.

A unidade, no bairro Jardim Esmeralda, começou a exigir carteirinha dos visitantes neste sábado (16), mas não conseguiu impedir o acesso de quem não estava cadastrado.

Três crianças escalando tela com piscina ao fundo
Crianças escalam grade para entrar em piscina do CEU Butantã, no bairro Jardim Esmeralda, em São Paulo, neste sábado (16); sob calor intenso, moradores sem carteirinha de acesso invadiram o local - Zanone Fraissat/Folhapress

Segundo a chefe do núcleo de esporte do CEU, Marina Pereira de Moraes, a exigência foi motivada por alguns acidentes que aconteceram em momentos de lotação descontrolada. "Tivemos casos de crianças se machucando e afogando sem nenhum responsável ou telefone para contato", afirma.

Alguns adolescentes disseram que moram em uma comunidade ao lado do CEU e que pularam o gradil de aproximadamente três metros porque não estavam acompanhados dos pais.

O acesso à piscina é gratuito, mas menores de idade só podem ser cadastrados pelos pais ou responsáveis. Depois que a carteirinha fica pronta, maiores de 12 anos podem entrar desacompanhados.

Com o acesso descontrolado, a administração do CEU pediu para que todos se retirassem, mas muitas crianças continuaram brincando.

Depois de aproximadamente 20 minutos, o acesso foi novamente liberado, após a chegada de um salva-vidas extra. A estudante Gabrielly Moreira, 18, que veio de longe para aproveitar o dia de sol, comemorou.

"A gente não sai muito de casa, estamos na correria com vestibular, mas quis aproveitar quando descobri a piscina pública", disse ela, que estava acompanhada de um amigo. Ambos fizeram a carteirinha com antecedência.

Muitos visitantes que não tinham cadastro foram autorizados na hora e puderam entrar na piscina depois de alguns minutos de fila. Os menores que pularam as grades continuaram brincando no local.

Segundo Moraes, que coordenava o CEU no fim de semana, a piscina tem lotação de 200 pessoas, mas muitas vezes recebe mais banhistas, principalmente no verão.

A GCM (Guarda Civil Metropolitana) foi acionada ao local por causa da confusão. Em dois momentos, pedras foram tiradas contra a viatura. Depois de alguns minutos, os agentes se retiraram.

Terceiro dia mais quente

A temperatura máxima na estação convencional do mirante de Santana, na zona norte de São Paulo —onde é feita medição oficial da capital paulista– chegou a 33,9°C às 15h deste sábado. O dado pode mudar às 21h, quando é realizada a verificação diária derradeira.

De acordo com o meteorologista Franco Nadal Villela, do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), o aumento de nebulosidade, que diminuiu ligeiramente a insolação, e um discreto aumento na velocidade dos ventos podem ter ajudado a frear o aquecimento.

Na sexta-feira (15), com 34,3°C, São Paulo igualou a temperatura recorde de março e o dia mais quente do ano —havia a expectativa de que a marca pudesse ser batida neste sábado.

A temperatura deste sábado, porém, foi a terceira maior registrada neste ano.

A estação mais quente do ano termina oficialmente na próxima semana —a virada para o outono ocorre na quarta (20). Desde o início de 2024, o Brasil já vivenciou três ondas de calor.

Solitária sob o sol forte, a jornalista Maria Luiza Pereira, 48, aproveitou o dia de folga para se bronzear na praça Charles Miller, em frente ao estádio do Pacaembu. Para se refrescar, contava somente com um borrifador de água.

Mulher toma sol de biquini em gramado
Maria Luiza Pereira, 48, aproveitou o dia de folga para se bronzear na praça Charles Miller neste sábado (16) - Zanone Fraissat/Folhapress

"A água estava congelada quando saí de casa, mas derreteu completamente em pouco mais de uma hora", disse ela.

Moradora de Perdizes, bairro vizinho da zona oeste, ela costuma frequentar a praça ao menos duas vezes na semana para tomar sol. Neste sábado, era uma das poucas visitantes do espaço, que normalmente reúne praticantes de diferentes modalidades esportivas.

"Depois que começou a obra, vejo cada vez menos gente", disse Pereira, referindo-se à construção da futura linha 6-Laranja do Metrô, que terá estação a poucos metros de lá.

Há pouco mais de uma semana, parte considerável da praça está interditada devido aos trabalhos. Os bloqueios têm duração prevista de um mês.

Em meio ao vaivém de operários vestidos com macacões, o médico Wilson Rondó, 65, caminhava sem camisa no final da manhã. "Tomo sol pelo menos meia hora por dia, para estimular a produção de melatonina", explica. O hormônio, produzido pelo cérebro humano, ajuda a melhorar a qualidade do sono.

O médico alerta, porém, que em dias de muito sol é indispensável manter-se hidratado e aplicar o protetor solar periodicamente.

Para a reposição de minerais após exercícios físicos, Rondó recomenda o consumo de água de coco, "muito melhor que qualquer isotônico industrializado".

Colaborou Fábio Pescarini, de São Paulo.

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