Barrados, ambulantes entram em confronto com seguranças e PMs no parque Villa-Lobos

Concessionária afirmou que fiscalização foi intensificada após aumento da venda irregular de bebidas alcoólicas

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Impedidos de vender no local, um grupo de ambulantes descredenciados entrou em confronto com seguranças privados e policiais militares neste domingo (7) no parque Villa-Lobos, no Alto de Pinheiros, zona oeste de São Paulo.

Nas imagens divulgadas pelos vendedores, dois homens e duas mulheres aparecem segurando um carrinho e uma caixa de isopor usados para transportar as mercadorias na tentativa de não terem as bebidas apreendidas por um segurança particular.

Ambulantes e seguranças discutem na entrada do parque Villa-Lobos, na zona oeste de São Paulo
Ambulantes e seguranças discutem na entrada do parque Villa-Lobos, na zona oeste de São Paulo - Reprodução

Em outra sequência de imagens, uma das mulheres aparece imobilizada no chão por um policial militar.

Após a concessão do parque à iniciativa privada, em agosto de 2022, a empresa responsável terceirizou a gestão do comércio de bebidas e alimentos no local. Com isso, os vendedores ambulantes tiveram que aderir a um cadastro para continuarem a trabalhar, segundo a concessionária Reserva Parques.

Os trabalhadores interessados foram formalizados. De acordo com a empresa, recentemente o comércio irregular no parque aumentou, principalmente a venda de bebidas alcoólicas. Por isso, a concessionária disse que intensificou a fiscalização.

Além dos seguranças particulares, a administração do parque acionou a subprefeitura e a secretaria de Segurança Pública.

O confronto ocorreu neste domingo, cerca de 20 dias após a intensificação dessas ações, em que seguranças passarem a barrar a entrada dos ambulantes não cadastrados. "Antes da concessão podia vender sem cadastro. Há ambulantes que trabalham lá há 10 anos e é de onde tiram o sustento", diz o presidente da associação recém-criada para representar os vendedores ambulantes no parque, Tiago da Silva Mendes.

Ele afirmou que não houve mais nenhuma proposta de incluir novos ambulantes desde o início da concessão.

Questionada sobre as cenas de confrontos com os vendedores, a Polícia Militar informou que foi acionada para conter uma confusão no parque no domingo. "Durante o tumulto, alguns ambulantes que estavam mais exaltados precisaram ser contidos. A PM analisa a conduta dos agentes envolvidos na ocorrência", informou a corporação em nota.

Paralelamente ao aumento da fiscalização, a Reserva Parques informou que abriu uma nova rodada de cadastros, e cerca de 130 vendedores preencheram seus dados, mas ainda não há prazo para a liberação de novas licenças.

A venda de itens pirateados, como bonés e camisetas, e bebidas alcoólicas não será aprovada nesta nova fase de cadastramento. "Entre os principais problemas provocados pela informalidade estão a venda de bebidas alcoólicas para menores de idade e em áreas não permitidas pelo contrato de concessão", disse a Reserva Parques.

O presidente da associação de ambulantes afirmou que o interesse da maioria é se adequar às exigências da concessionária para continuarem trabalhando no parque. "Nossa intenção é entrar no sistema", diz ele, que afirma representar cerca de 150 vendedores.

Além dos vendedores credenciados, o comércio de bebidas e alimentos dentro do Villa-Lobos é feito por patrocinadores e inclui uma marca de cerveja.

"A demanda é muito maior do que os vendedores lá dentro são capazes de atender", diz Otavio Anisio Amaral Ramos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Autônomos no Comércio do Município de São Paulo.

Segundo Ramos, os frequentadores do parque apoiam a presença dos ambulantes. "Em uma manhã de domingo, eles conseguiram reunir por volta de 1.500 adesões ao abaixo-assinado para manter os vendedores no parque", diz.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.