Descrição de chapéu Rio de Janeiro

Policiais são investigados em caso de furto de máquina de cigarros no RJ

Equipamento, que pesa toneladas, teria sido levado em um caminhão com escolta da Cidade da Polícia para ser vendido fora do estado

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Rio de Janeiro

A Corregedoria Interna da Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga o suposto envolvimento de um policial civil, um policial militar e um empresário no furto de uma máquina fabricadora de cigarros, que ficava na Cidade da Polícia, na zona norte da cidade.

Os investigadores afirmam que os agentes suspeitos são vizinhos e têm relação de amizade e confiança para práticas de condutas ilegais. O policial militar teria transferido R$ 300 mil para o policial civil na época do furto, segundo a apuração.

A polícia não divulgou o nome dos envolvidos e também não informou se eles apresentaram defesa.

Fachada da CIDPOL (Cidade da Polícia), que reúne as delegacias especializadas, na zona norte do Rio. - Reprodução/TV Globo

A máquina de embalar cigarros, que pesa cerca de cinco toneladas e tem seis metros de comprimento, teria sido furtada entre a madrugada do dia 16 de fevereiro de 2023 e o dia seguinte, de acordo com indícios levantados pelos investigadores.

Nesta semana, uma operação da mesma corregedoria cumpriu mandados de busca e apreensão contra os três suspeitos. A ação contou com o apoio da Subsecretaria de Inteligência e da Corregedoria da Polícia Militar.

Uma das linhas de investigação apura se o maquinário foi levado para fora do estado. O equipamento teria sido transportado em um caminhão com escolta da Cidade da Polícia para Cuiabá, no Mato Grosso, onde seria vendido.

As apurações apontam ainda que o empresário suspeito de participação no furto seria o dono do veículo utilizado no transporte do equipamento.

A máquina havia sido apreendida em uma operação em 2022 e levada para a Cidade da Polícia, que reúne 15 delegacias especializadas e onde a segurança é feita pelos próprios policiais civis.

Desde então, ela estava guardada em um galpão da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas, que fica nos fundos do complexo, para ser entregue a uma empresa que a arrematou em um leilão. A polícia só descobriu que o equipamento desapareceu depois que a empresa vencedora foi até a Cidade da Polícia.

Recentemente, um maquinário semelhante ao furtado em 2023 foi apreendido no Mercado São Sebastião, na Penha, também na zona norte da cidade. A polícia ainda aguarda o resultado de uma perícia para confirmar se é o mesmo.

Em nota, a Secretaria de Estado da Polícia Civil disse que os fatos já estão sendo apurados pela Corregedoria-Geral da corporação.

Procurada sobre o envolvimento de um agente da corporação, a PM disse apenas que "deu total apoio a operação integrada junto à Polícia Civil que tinha como um dos alvos um policial militar".

Polícia suspeita de falsificação de maços antes contrabandeados

Para a polícia, o sumiço das máquina fabricadora de cigarros, de seis toneladas, indica que criminosos estão falsificando no Rio os maços que antes eram contrabandeados do Paraguai.

A quadrilha estaria expandindo os negócios proibindo a venda de cigarro paraguaio em ao menos 45 dos 92 municípios fluminenses, incluindo a capital e a Baixada. Nessas localidades, apenas os maços produzidos pelo grupo criminoso podem ser vendidos.

As apurações indicam que a organização criminosa estaria envolvida no pagamento de propinas, lavagem de dinheiro, contrabando e sonegação fiscal. Além disso, a quadrilha também estaria ligada a crimes violentos, como assassinatos ou tentativas, e sequestros.

As investigações das polícias Civil e Federal apontam que um dos principais responsáveis pelo monopólio da venda de cigarros no Rio é Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho.

Ele também é apontado como controlador de parte do jogo do bicho na região metropolitana. A defesa do suspeito afirma que seu cliente é inocente.

O nome de Adilson tornou-se conhecido durante a pandemia de Covid-19, em 2021, quando promoveu uma festa de luxo no Copacabana Palace, com celebridades entre os convidados.

O evento gerou polêmica devido à aglomeração de pessoas em um momento de distanciamento social.

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