'Não quero ver minha filha chorando', diz Samara Felippo sobre racismo em escola

Caso aconteceu em um dos colégios particulares mais tradicionais da capital paulista

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A atriz Samara Felippo afirmou não querer mais ver a filha chorando por ser vítima de racismo e diz que gostaria que as duas estudantes do Colégio Vera Cruz que ofenderam a jovem fossem expulsas.

"Não quero ver minha filha chorando", disse ela em entrevista ao "Fantástico", na TV Globo, neste domingo (5).

No último dia 22, a filha mais velha da atriz foi vítima de racismo no Colégio Vera Cruz, na zona oeste de São Paulo. O caso ganhou repercussão por ter ocorrido em uma das escolas privadas mais tradicionais da capital e também por ter sido uma unidade em que os pais se mobilizaram nos últimos anos para que fosse implementado um projeto de educação antirracista.

Samara Felippo: filha adolescente é vítima de racismo em colégio de alto padrão em São Paulo
Samara Felippo: filha adolescente é vítima de racismo em colégio de alto padrão em São Paulo - Mathilde Missioneiro 29.jan.2024/Folhapress

Felippo relata que alunas do colégio arrancaram todas as páginas de um trabalho que a jovem havia feito. "Dentro do caderno, tinha uma frase de cunho racista gravíssima", disse. "Não estou aqui para apedrejar a escola, mas ainda é um projeto antirracista falho."

Ela afirma que gostaria que sua filha não convivesse com as agressoras. "Quando elas voltarem ao ambiente escolar, a minha filha vai revisitar essa dor. Não quero mal e não estou odiando ninguém", afirmou a atriz.

Diante do caso de grande repercussão, a Filippo diz que deseja trazer para o centro desse debate as mães pretas. "Todos os dias, elas precisam revisitar dores que elas viveram e eu nunca vou passar."

Agora, ela afirma que sua filha, aos 14 anos, está em pleno processo de formação. "Ela é muito na dela, ela é muito amorosa, ela é muito sensível e é muito lindo de ver, ela conseguindo falar tudo o que ela precisa falar. Blindar realmente não dá. Mas é fazer com que ela tome consciência do poder que ela tem, da menina maravilhosa que é e que ela pode ocupar o espaço que ela quiser."

O coordenador de ensino fundamental do colégio, Daniel Helene, também em entrevista ao Fantástico, afirmou que se a instituição confirmar que as alunas são reincidentes em episódios racistas, elas seriam expulsas. Porém, até o momento, isso não foi confirmado.

"Viver um projeto antirracista não significa que vamos viver do dia para a noite uma situação onde o racismo não acontece", disse ele. "O importante no projeto de educação antirracista é o que a gente vai fazer a partir dali, como a gente cuida da vítima, como fazemos que os agressores entendam a gravidade do que fizeram."

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