As fortes chuvas do Rio Grande do Sul causaram ao menos 154 mortes, de acordo com boletins divulgados nesta sexta-feira (17). O número pode aumentar nos próximos dias, já que ainda há 94 desaparecidos.
As mortes ocorrem em 44 cidades, conforme a Defesa Civil, e são 806 feridos.
No total, 461 municípios acabaram afetados, sendo que 78.165 pessoas continuam desabrigadas e 540.188 foram desalojadas.
Conforme o governo do Rio Grande do Sul, 82.666 pessoas foram resgatadas.
No início da noite desta sexta-feira, 218,5 mil endereços continuavam sem energia elétrica, e 117,5 mil, sem abastecimento de água.
As aulas foram suspensas nas 2.338 escolas da rede estadual e mais de 378 mil alunos foram impactados. Nesta sexta, eram 1.058 escolas afetadas, 570 danificadas e 86 servindo de abrigo.
A tragédia tem sido comparada ao furacão Katrina, que em 2005 destruiu a região metropolitana de Nova Orleans, na Lousiana (EUA), atingiu outros quatro estados norte-americanos e causou mais de mil mortes.
Profissionais de saúde apontam semelhanças entre as duas tragédias, como falta de prevenção de desastres naturais e inexistência de uma coordenação centralizada de decisões. Colapso nos hospitais, dificuldade de equipes de saúde chegarem aos locais de trabalho e desabastecimento de medicamentos e outros insumos são outras semelhanças apontadas.
SITUAÇÃO NO RS APÓS AS CHUVAS
- 154 mortes
- 94 desaparecidos
- 806 feridos
- 78.165 desabrigados (quem teve a casa destruída e precisa de abrigo do poder público)
- 540.188 desalojados (quem teve que deixar sua casa, temporária ou definitivamente, e não precisa necessariamente de um abrigo público –pode ter ido para casa de parentes, por exemplo)
- 2.304.422 pessoas afetadas no estado
O nível do lago Guaíba segue baixando em Porto Alegre e, às 17h15 desta sexta-feira (17) chegou a 4,62 metros no cais Mauá. Essa água, contudo, flui em direção à lagoa dos Patos, no sul do Rio Grande do Sul, e aumenta a cheia em cidades como Rio Grande e São José do Norte, antes de desembocar no Atlântico.
A Defesa Civil do Rio Grande do Sul divulgou na noite de quinta-feira (16) um alerta para a continuidade da elevação dos níveis da lagoa dos Patos.
Em previsão atualizada, o IPH (Instituto de Pesquisas Hidráulicas) da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) indica cheia duradoura, com redução lenta dos níveis do Guaíba abaixo dos 5 metros.
O lago deve permanecer acima dos 4 metros até o início da próxima semana e acima da cota de inundação, que é de 3 metros, ao menos até o final do mês, devido à possibilidade de mais chuva.
O pico até o momento foi registrado há uma semana, quando o lago subiu para a faixa de 5,3 metros.
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