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Aeroporto de Porto Alegre ainda tem 39 aviões sem previsão de retirada

Seguradora vai avaliar nesta terça-feira (11) o estado de aeronave da Azul que ficou no meio da inundação que atingiu o Salgado Filho

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São Paulo

O Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, continua com 39 aviões sem previsão de serem retirados do local, fechado para pousos e decolagens desde o dia 3 de maio, quando a inundação do lago Guaíba chegou ao bairro Anchieta e, aos poucos, tomou conta da pista e do primeiro pavimento do prédio.

No sábado passado (9), a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) autorizou a uma operação excepcional para retirada dos aviões, mas apenas oito deles deixaram o aeroporto.

Vista  de trásde avião branco na pista de decolagem
Avião percorre pista do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, antes de levantar voo; 47 aeronaves ficaram mais de um mês no local por causa da inundação - Fraport Brasil/Divulgação

A Fraport Brasil, concessionária que administra o aeroporto, não informou se os aviões que seguem no aeroporto têm condições de voo. Um cargueiro, por exemplo, continua parado no local.

Entre os aviões que ficaram no meio da inundação estava um Cessna C208EX Caravan, com capacidade para transportar até 14 passageiros, da Azul.

Segundo a companhia aérea, uma equipe de manutenção da empresa e a seguradora irão realizar nesta terça-feira (11) uma vistoria no local para avaliar as condições do equipamento, assim como a previsão de remoção da aeronave.

O avião da Azul ficou próxima de um hangar, parcialmente embaixo d´água, junto a outros jatinhos em uma área para aviação executiva. Questionada sobre a regirada do avião, a companhia aérea não respondeu até a publicação deste texto.

Conforme a Fraport, a operação do fim de semana foi autorizada mediante adoção de procedimentos e ações de segurança por parte dos operadores aéreos e a administração do aeroporto. As medidas foram adotadas em coordenação com o Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), órgão da FAB (Força Aérea Brasileira).

O Decea explicou que um serviço de informação de voo foi instalado em Porto Alegre para decolagens excepcionais de emergência no sábado à tarde.

Para a obtenção de autorização de retirada das aeronaves do Salgado Filho é necessária a adesão a um termo de responsabilidade por parte das empresas e pessoas responsáveis pelos aviões.

É exigida ainda uma avaliação de risco por parte de cada operador aéreo para obtenção de autorização especial de voo, uma vez que o aeroporto está com as operações suspensas.

Uma nova janela será avaliada após as demais empresas obterem a autorização junto à Anac.

As decolagens foram exibidas ao vivo no YouTube pelo canal Câmeras Aeroporto Porto Alegre BrAmigos, que mantém câmeras com transmissão das operações no Salgado Filho.

Uma das gravações publicadas no Instagram, feita de dentro de um monomotor, mostra a pista seca. O avião segue uma picape da Fraport antes de levantar voo.

Na última quinta-feira (6), Andreea Pal, CEO da Fraport Brasil, admitiu que será preciso trocar o asfalto e a sub-base da pista de pouso e decolagens, que ficou submersa durante a inundação que atingiu a capital do Rio Grande do Sul no mês passado.

A afirmação da executiva foi feita em entrevista à Rádio Gaúcha e, conforme explicou, apenas o asfalto, em algumas partes da pista, pode ter 60 centímetros de espessura.

"Nosso cálculo para começar em dezembro [a volta das operações] assume que vamos ter de refazer a sub-base [que tem uma mistura de cimento] e o asfalto", disse, na entrevista.

Tanto a concessionária quanto o governo federal estimaram a hipótese de reabrir o parcialmente local na segunda quinzena de dezembro. A previsão foi feita após uma vistoria ao aeroporto.

A limpeza da pista começou na semana passada. Esse é o primeiro passo para avaliar os danos. Em paralelo estão sendo realizados testes e sondagens do pavimento da pista. Os ensaios serão enviados para análise técnica e somente após este processo, que pode levar até 45 dias, é que a administradora terá uma conclusão das reais condições dos pavimentos e impactos na estrutura.

A executiva afirmou ainda que a concessionária estima em R$ 1 bilhão o total a ser gasto no aeroporto por causa da enchente e que esse valor está sendo compartilhado com o governo federal.

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