Descrição de chapéu saneamento

Câmara vai abrir CPI para apurar esgoto lançado em praia de Balneário Camboriú

OUTRO LADO: prefeitura da cidade catarinense chama CPI de farsa e afirma que ela tem propósito eleitoreiro

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Balneário Camboriú (SC)

Vereadores conseguiram reunir assinaturas para abrir uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar "as graves condições de balneabilidade", segundo o requerimento, da Praia Central de Balneário Camboriú, badalada cidade do litoral de Santa Catarina.

Também serão investigadas as "precárias condições" da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto), que, segundo o Ministério Público, teria lançado esgoto sem tratamento no rio Camboriú, que desemboca no oceano Atlântico.

Emasa, autarquia municipal de Balneário Camboriú (SC)
Estação da Emasa, autarquia municipal de Balneário Camboriú (SC) - Divulgação

Desde fevereiro do ano passado se tentava obter assinaturas para a abertura da comissão. Ao todo, sete vereadores assinaram o documento: André Furlan Meirinho (Progressistas), Alessandro Teco (DC), Cristiano dos Santos (PSD), Eduardo Zanatta (PT), Juliana Pavan Von Borstel (PSD), Lucas Gotardo (Novo) e Patrick Machado (PDT).

Agora, o presidente da Câmara, David LaBarrica (PRD), tem dez dias para instaurar a CPI. Ao menos três vereadores devem participar da comissão, segundo o regimento interno da Casa. A CPI tem duração de 90 dias, mas pode ser prorrogada por mais três meses.

Autor da CPI, Meirinho disse que a estação de tratamento de esgoto registrou queda na eficiência nos últimos anos. "A ETE, que chegava a até 98% de eficiência, passou em 2020 a operar com baixa eficiência chegando a 1% em janeiro de 2024", diz o vereador.

"Até agora a estação ainda está operando com eficiência de 61% e moradores dos bairros próximo a ETE e ao rio Camboriú reclamam frequentemente do odor, inclusive fizeram um abaixo-assinado com mais de 500 assinaturas e me entregaram na Câmara. Isso é um problema de saúde pública, meio ambiente e que afeta também a economia, o turismo e a reputação da nossa cidade", disse, por meio de nota.

Um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) foi firmado entre Ministério Público e a autarquia municipal Emasa, em dezembro de 2022. Em março deste ano, a Promotoria, porém, afirmou que a autarquia tinha descumprido os termos do acordo.

A CPI quer ainda apurar as divergências nos relatórios de balneabilidade realizados na cidade pelo IMA (Instituto do Meio Ambiente), órgão estadual, e pela Emasa. Em 7 de fevereiro deste ano, por exemplo, todos os dez pontos da praia central estavam próprios para banho, segundo documento da Emasa.

Já o relatório do IMA indicava cinco dos dez pontos próprios —a coleta foi feita no mesmo dia.

O prefeito Fabricio Oliveira (PL) classificou a CPI como uma "farsa" e disse que houve "oportunismo eleitoreiro", segundo nota divulgada por ele.

"Representantes de uma candidatura de oposição ao nosso governo, em uma aliança de alma entre o PSD e o PT em nosso município, tentam macular a nossa gestão com ilações, mentiras e acusações absolutamente infundadas", disse o prefeito. "⁠Propõem uma CPI sem qualquer fato determinado e a partir de temas que já foram objeto de TAC da Empresa com o Ministério Público. Ou seja, uma iniciativa que não terá qualquer resultado concreto. Servirá, quando muito, como um espetáculo na tentativa de desgastar a imagem do nosso governo, em um movimento claramente eleitoreiro."

Oliveira disse que "não teme qualquer investigação" e que "atos" foram corrigidos ao longo dos sete anos. "Contudo, não admitiremos que seja utilizado desse instrumento como palanque para projetar alguns insignificantes e atacar a nossa honra. ⁠Aos oportunistas e aos vendilhões reservaremos a verdade sobre a Emasa com a lança que destruirá a sua sanha pelo poder a qualquer custo e os frágeis posicionamentos políticos que se movem ao sabor dos ventos e do tilintar de trinta moedas", disse o prefeito.

Já a Emasa disse em nota que o Ministério Público e o IMA "acompanham de perto o problema ocorrido com a lagoa de aeração em 2022", onde se processa toda a limpeza do esgoto, segundo explicou a prefeitura na época. A autarquia disse que o TAC "está sendo cumprido na íntegra".

"Além do que está determinado neste TAC, a Emasa procedeu a reforma da lagoa de aeração que hoje se encontra em pleno funcionamento, e com a sua eficiência aumentando mês a mês. A Emasa informa, também, que há processo interno instaurado para investigação da obra feita pela empresa na lagoa de aeração que deu problema para apurar possíveis danos e recuperação ao erário", disse a Emasa em nota.

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