Ex-GCM desviava armas da campanha do desarmamento e vendia abortivo, diz Promotoria

Alvo de megaoperação, Rubens Alexandre Bezerra estava foragido e se entregou à polícia nesta sexta (9)

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São Paulo

Um dos alvos da megaoperação deflagrada na terça-feira (6), Rubens Alexandre Bezerra, ex-agente da GCM (Guarda Civil Metropolitana) de São Paulo, é acusado de negociar armas desviadas da campanha do desarmamento, além de vender munições e outros dispositivos para a prática de crimes na região central da cidade.

Foragido desde terça, quando teve a prisão preventiva decretada pela Justiça a pedido do Ministério Público, Bezerra se entregou nesta sexta (9). De acordo com a Polícia Civil, ele foi com seu advogado ao 74º DP (Parada de Taipas), na zona norte, onde permanecia detido.

A imagem mostra soldados armados em uma operação na favela. Um dos soldados está posicionado em primeiro plano, segurando uma arma e olhando para uma construção à frente, que possui uma bandeira azul pendurada. Outros soldados estão visíveis ao fundo, se movendo em direção à mesma construção. O ambiente é caracterizado por paredes de tijolos expostos e materiais de construção.
Policiais cumprem mandado de busca e apreensão na favela do Moinho, no centro de São Paulo, alvo de megaoperação - Danilo Verpa - 6.ago.2024/Folhapress

Em mensagens de áudio interceptadas pelos promotores, Bezerra reclama que "não tem mais tanta entrega assim" e que foi repreendido por colegas quando "pegou um cano" (arma) no ponto de entrega de armas da campanha do desarmamento.

Em outro trecho de conversa, o ex-GCM recebe encomenda para a compra de quatro kits de medicamento abortivo de um homem que quer ajudar um amigo.

"É que tem um amigo aqui, pega as doidas e agora tem quatro na bota dele. Ele quer saber quanto que vai fazer quatro pra ele, é tipo para quatro pessoas. Quatro kitzinho quanto que sai", segundo transcrição de mensagem obtida pelo Ministério Público.

De acordo com a investigação, Bezerra negociou também a venda de dispositivo para bloquear sinais de radiofrequência, comumente usado em roubos de carga para despistar o rastreador dos caminhões, além de outro aparelho capaz de clonar a frequência da comunicação das polícias para ajudar os criminosos a antecipar operações de combate ao crime.

Foram flagradas também negociações de um aparelho usado para clonar sinais de portões eletrônicos e de veículos.

Outros três guardas civis foram alvos de mandados de prisão preventiva na terça durante megaoperação, entre eles Antonio Carlos Amorim Oliveira, afastado da GCM em junho do ano passado sob suspeita de exigir uma taxa mensal de comerciantes da região central para manter os usuários de drogas afastados de suas lojas.

O guarda movimentou R$ 4 milhões entre 2020 e 2024. Os valores constam de um relatório de inteligência produzido pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) a pedido do Gaeco. Ele foi preso na operação.

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