Descrição de chapéu Obituário Marcília Rosária da Silva (1939 - 2024)

Mortes: Foi atriz, diretora e formadora de muitos atores do teatro brasileiro

Marcília Rosário fundou o Departamento de Artes Cênicas da Unicamp, do qual foi professora por 15 anos

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São Paulo

Um cartaz com a inscrição "Quer fazer teatro? Suba e se inscreva" mudou a vida de Marcília Rosária da Silva em 1970. Ela seguiu seu instinto, entrou na unidade do Sesc da rua Doutor Vila Nova, no centro de São Paulo, e se inscreveu para o curso de um ano. Naquele período, ela se apaixonou pelos palcos e encontrou o companheiro de toda a vida.

Aos 31 anos, Marcília era física e cursava química no Mackenzie, em Higienópolis, mas desistiu de tudo para seguir o coração e adotou o nome artístico Marcília Rosário. No curso, ela iniciou um relacionamento que durou 53 anos com o então bancário Reinaldo Santiago, dentro e fora dos palcos.

A imagem mostra uma mulher em uma performance teatral, vestindo roupas coloridas e expressivas. Ela está inclinada para frente, estendendo as mãos em direção a um objeto que parece ser um ramo ou uma planta. O fundo é escuro, com uma iluminação que destaca a atriz e sugere um ambiente de palco. Ao fundo, é possível ver a silhueta de outra pessoa e alguns elementos de cenário.
Marcília Rosária da Silva (1939 - 2024) - Jorge Maricato

Os dois entraram na Escola de Arte Dramática da USP, onde fizeram amizade com outros atores em início de carreira como Paulo Betti, Eliane Giardini e Márcio Tadeu. Para se bancar, ela trabalhava como tradutora (de inglês, francês e espanhol). Na conclusão do curso, formaram o grupo O Pessoal do Victor, que teve papel importante nos anos 1970 e 1980 sob direção de Celso Nunes.

Em 1977, Nunes levou o grupo para Campinas, onde fundaram o Departamento de Artes Cênicas da Unicamp. Ali Marcília ficou por 15 anos ensinando história da arte, ética e interpretação.

"Seu talento para a direção de ator foi caminho fértil para muitos jovens que hoje são atores e diretores naquela cidade", diz Santiago, que se tornou diretor por influência da esposa, após a formação de um novo grupo, o Lux in Tenebris, ao lado de Márcio Tadeu.

Um dos primeiros trabalhos do grupo foi a encenação da peça "Até Onde a Vista Alcança", que narra a história dos pais de Marcília em Guaíra, no interior de São Paulo. Jorge era um peão de boiadeiro que se casou com Maria, e tiveram cinco filhos. Marcília era a mais velha.

A mãe morreu muito cedo e deu a ela a missão de cuidar dos irmãos, que trabalhavam nas fazendas da região. Ela conseguiu reagrupar a família e se mudou para a capital.

"Ela era o pilar da família, sempre disposta a cuidar de tudo. Ela uma pessoa carinhosa e tinha essa função de tomar as rédeas da família", diz a sobrinha Carolina Scipião.

Marcília morreu dia 20 de junho, aos 85 anos, de insuficiência cardíaca e respiratória. Ela deixa os irmãos Maria Martins (falecida em 23 de agosto), Maura Scipião, Janete Rosária e Jorge Anthônio.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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