Descrição de chapéu Obituário Lis Oliveira Fonseca (1992 - 2024)

Mortes: Mãe e professora apaixonada, levou escola a resultado inédito

Trajetória de Lis Oliveira foi marcada pela alegria e a dedicação ao trabalho

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São Paulo

Um sorrisão transmitido até pelos olhos, a birra decidida de um "mãe, eu não quero", e o amor sem limites pelo filho. As metáforas, descrições e lembranças para explicar a intensidade de Lis variam de acordo com quem fala. Para a mãe, Lúzia Fátima de Oliveira Souza, 60, Lis foi um sonho planejado, cujo nome foi inspirado por uma amiga de infância.

Natural de Belo Horizonte, viveu na capital mineira até a mudança com a mãe e a irmã, ainda na infância, para o interior. Anos depois, estabeleceram-se em Itaperuna, no Rio de Janeiro. Filha única por apenas um ano, Lis nunca teve ciúmes da irmã, Laís Bussade, 31, mas logo bateu o pé, lembra a mãe. "Ela disse ‘não quero mais dormir com a Laís, quero meu quarto’."

Já o segundo irmão, Luís Guilherme Oliveira, 19, virou seu xodó, mas também entrou na brincadeira. "Um dia cheguei em casa e ele estava vestido com roupa de boneca, até com uma chuquinha no cabelo."

imagem mostra mulher que posa para foto próxima de seu rosto, ela olha para a esquerda, fora da foto, tem o cabelo preto, que está preso, usa brincos de argola e apoia o queixo na mão esquerda
Lis Oliveira Fonseca (1992 - 2024) - Arquivo pessoal

Na Escola Municipal Francisco de Mattos Ligiéro, ficou amiga de Victor José Dias Ramos, 33, hoje diretor da unidade, e o grupo deles se divertia competindo pelas notas mais altas. A dupla perdeu o contato, mas voltaria a se encontrar anos mais tarde.

Lis, formada em letras e professora de língua portuguesa, voltou ao Ligiéro no ano passado para ensinar e ajudou a escola a alcançar sua melhor marca no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), ainda que não tenha visto o resultado.

Conheceu o marido, Tiago Reis, 37, em 2010, dois anos depois de terminar o ensino médio, por meio do extinto site Formspring. A plataforma permitia que usuários fizessem perguntas de forma anônima. Da interação veio o namoro e, depois de sete meses, o casamento. "Nosso relacionamento sempre foi muito intenso", diz Tiago.

Em 2020, a chegada do filho, José Henrique, 4, combinou alegria com apreensão, já que o menino sofria de glaucoma congênito e precisou ser operado em plena pandemia e com poucos meses de vida. Mas a luta valeu, segundo o marido. "Virou outra criança, ele era apaixonado nela, ainda que muito independente. Ela amava ser mãe."

Também servidora do estado, Lis havia começado a trabalhar na formação continuada de professores e revisava material didático na rede fluminense. Ela sofreu um mal súbito e morreu em 13 de agosto, aos 32 anos, após uma parada cardiorrespiratória. Deixa o marido, o filho, a mãe, o padrasto, Gil de Oliveira, os dois irmãos e dois sobrinhos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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