Descrição de chapéu Obituário André Luiz Badaró (1969 - 2018)

Mortes: Positividade de André Luiz transformava qualquer ambiente

Advogado com alma de jornalista, André arrancava a intimidade de todos

Paulo Gomes
São Paulo

Os alunos dos últimos anos do ensino fundamental ensaiavam para uma apresentação musical quando o marido da professora entrou no recinto. “A gente brigou”, afirmou ele. “Eu só vim aqui para pedir desculpas e falar que eu amo ela.”

Passados os aplausos, o ensaio foi retomado, mas André Luiz não foi embora. Juntou-se aos alunos, pegou a lata de lixo e a transformou em um instrumento de percussão.

Tinha facilidade para o ritmo. Na juventude em Barretos, no interior de São Paulo, era tão franzino que não aguentava carregar o fuzil no serviço militar.

Foi indicado então para reger a fanfarra do Tiro de Guerra —e gostava demais da função. Deixou a cidade pouco depois de cumprir as obrigações, mas manteve próximos os amigos dessa época.

Dono de uma positividade muito grande, mexia com o ambiente em que estivesse. Com quem quer que fosse, engatava um papo, perguntava o nome e logo conversavam com intimidade.

O jeito comunicativo fazia parte do seu “espírito de jornalista”. Formado em direito, chegou a ter um jornal na juventude e há anos era o responsável pela assessoria de imprensa da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Osasco, na Grande São Paulo. 

Uniu o útil ao agradável e criou o Fato Jurídico, primeiro um tabloide distribuído aos profissionais da área, depois transformado em site.

André Luiz sabia como ganhar os outros. “Que marido legal que você tem”, diriam os alunos para a professora Nádia naquele ensaio musical.

Morreu no último dia 27, aos 49, em decorrência de um câncer no esôfago. Deixa a mulher, Nádia, a filha Jamile e os irmãos Cláudio, Marilene e Regina. Suas cinzas serão levadas para Barretos, cidade para a qual sempre quis voltar.


coluna.obituario@grupofolha.com.br

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