Apesar do reconhecimento nacional e internacional como violonista e compositor, a vaidade nunca ganhou espaço na vida de José Carlos da Silva, conhecido como Carlinhos 7 Cordas.
A esposa, Alcione Tomé, 71, com quem ele ficou casado por 42 anos, conta que o marido era humilde e espirituoso.
“Ele brincava com todo mundo, achava graça em tudo e não levava nada muito a sério.”
Já com a saúde debilitada, o músico dizia às enfermeiras do hospital que cuidassem bem dele para que pudesse ver a primeira neta biológica nascer. A filha Paula Tomé dará à luz a menina em novembro.
José Carlos da Silva foi apelidado de Carlinhos 7 Cordas em Itaperuna, no Rio de Janeiro. Aos 22 anos, teve a oportunidade de conhecer uma roda de choro e se apaixonou.
Um ano depois, conquistou o primeiro lugar num concurso como cantor e com o dinheiro do prêmio comprou seu primeiro violão de sete cordas, que aprendeu a tocar sozinho.
Em 1977, mudou-se para Brasília e conheceu Alcione logo que chegou à cidade.
Lá, foi descoberto pelo mestre do cavaco, Waldir Azevedo, com quem fez turnê pela Europa e gravou dois discos.
O músico também lançou o CD autoral “Carlinhos 7 Cordas 50 anos de Choro” e teve participações como violonista em outros dez álbuns.
Azevedo, de quem se tornou amigo, e o compositor e arranjador brasileiro Pixinguinha eram seus ídolos musicais.
O futebol também teve espaço em seu coração. Flamenguista apaixonado, assistia a todos os jogos.
Carlinhos 7 Cordas morreu no dia 15 de agosto, aos 75 anos, de parada cardíaca. Deixou a esposa e três filhos.
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