USP, Unesp e Unicamp convocam comunidade a debater cortes na educação no dia 15

Reitores afirmam que reduzir verba para universidades é um 'equívoco estratégico'

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São Paulo

Os reitores da USP, Unesp e Unicamp divulgaram nota nesta segunda-feira (13) em que criticam os cortes de verba das universidades e convocam a comunidade acadêmica a "debater problemas da educação e da ciência" no próximo dia 15, quando estão previstos protestos em todo o país.

As manifestações estão sendo organizadas por entidades estudantis e de docentes. Em São Paulo, o ato, marcado para as 14h na avenida Paulista, conta com o apoio da UNE e da Apeoesp, o sindicato dos professores da rede estadual.

A nota divulgada pelo Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) faz referência indireta à participação de seus professores, funcionários e alunos nos atos, mas tem título mais explícito: "Cruesp conclama comunidade acadêmica a debater problemas da educação e da ciência no dia 15 de maio".

​A Unicamp recomenda ainda que professores evitem, se possível, dar provas nesse dia.

"A propósito da anunciada manifestação de diversas entidades em defesa da educação, prevista para 15 de maio, o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) destaca a importância de a comunidade universitária debater as questões relativas aos complexos problemas da educação, ciência e tecnologia no Brasil e suas consequências para o desenvolvimento do país", diz o texto assinado pelos três dirigentes das universidades estaduais paulistas.

Em seguida, eles criticam os cortes de verba na área, que chamam de "equívoco estratégico".

Após citar que as três estaduais paulistas respondem por mais de 35% da produção científica nacional e são responsáveis por 35% dos programas de pós-graduação de excelência no país, eles dizem que, junto com as demais instituições públicas, "formam os melhores quadros profissionais do país, em todas as áreas do conhecimento".

"Cerca de 95% da produção científica brasileira é feita em universidades públicas e por institutos de pesquisa, federais ou estaduais. Estas pesquisas produzem inovação e formam quadros de profissionais capazes de inovar e de desenvolver o país."

"No Brasil, como em todos os países desenvolvidos, a pesquisa nas universidades é financiada majoritariamente pelos governos", afirma a nota. "Interromper o fluxo de recursos para estas instituições constitui um equívoco estratégico que impedirá o país de enfrentar e resolver os grandes desafios sociais e econômicos do Brasil."

Embora os cortes de verba anunciados pelo governo Jair Bolsonaro atinjam de forma mais imediata as universidades federais, as estaduais também são afetadas, uma vez que recebem verbas de financiamento de agências de fomento ligadas ao governo federal.

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