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Mães e pais de estudantes protestam contra o fechamento das escolas em São Paulo

Grupo fundado por profissionais da saúde pediu na av. Paulista reabertura opcional das instituições de ensino

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São Paulo

Um grupo de mães, pais e profissionais da área da saúde e educação se reuniu no vão do Masp, na avenida Paulista, na região central de São Paulo, no início da tarde deste domingo (30) para pedir a reabertura das escolas na capital paulista.

A manifestação foi organizada pelo grupo Escolas Já, formado por mães e pais médicos nas redes sociais após o prefeito Bruno Covas (PSDB) anunciar na semana passada que definirá na segunda quinzena de setembro se as aulas presenciais vão ou não voltar nas escolas da capital paulista ainda neste ano.

O protesto começou por volta das 14h e, segundo estimativa da Polícia Militar que estava no local, reuniu cerca de 90 pessoas. O grupo caminhou pela faixa de ônibus da avenida e se dispersou por volta das 15h30.

Segundo Camila Moreira, médica da rede pública e privada e uma das fundadoras do movimento, a reivindicação é pela abertura gradual e opcional das instituições de ensino. "Temos percebido que as crianças estão tendo um prejuízo muito grande. Além de tudo isso, estamos sem uma rede de apoio para deixar nossos filhos e podermos trabalhar", afirma ela.

Profissionais de instituições particulares também mostraram preocupação com a possibilidade de um retorno às aulas apenas no ano que vem. Edilene Cesca, mantenedora da Escola da Praça, no bairro do Butantã (zona oeste), afirmou que, no início do ano, tinha 115 alunos e agora tem cerca de 60.

"Vieram as últimas notícias de que a gente não teria uma data certa para voltar, os pais estão tirando das escolas e as mães estão ficando sem assistência enquanto estão voltando ao trabalho", disse ela.

De acordo com Cesca, as escolas estão com os protocolos de segurança prontos para receber de volta seus alunos em setembro.

Professores da rede privada que compareceram ao protesto disseram que temiam demissões no setor.

"Como que uma entidade privada vai se manter até o final do ano e manter todos os seus professores? Arrumamos a escola com os protocolos", diz Daniela Petrolini, professora de educação infantil.

Segundo o inquérito sorológico mais recente da capital paulista, 18,3% dos estudantes da rede municipal possuem anticorpos contra coronavírus, mas a prefeitura vai realizar uma terceira etapa de testes para definir sobre o retorno às aulas presenciais na cidade.

Nessa fase, estudantes de escolas privadas e estaduais na cidade também serão incluídos.

No início de agosto, o governador João Doria (PSDB) anunciou que a retomada das aulas presenciais nas escolas públicas e privadas do estado só ocorreria a partir do dia 7 de outubro, quase um mês após a data inicialmente prevista pelo Plano SP, porque as condições impostas para a retomada do ensino presencial não foram cumpridas.

O embate entre as escolas privadas e a Prefeitura da capital também foi parar na Justiça. No dia 20 de agosto, o Sieesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo) entrou com um mandado de segurança contra Covas, após o anúncio que as aulas presenciais não deveriam retornar em setembro.

O Tribunal de Justiça de São Paulo negou o pedido de liminar para a reabertura das instituições particulares a partir de 8 de setembro.

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