Descrição de chapéu Livros folha explica

Entenda como serão os livros que o governo Tarcísio quer entregar às escolas

Secretaria de Educação dispensou material didático do MEC e vai imprimir o seu próprio para a rede estadual de SP

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São Paulo

Depois de abrir mão dos livros didáticos fornecidos pelo MEC (Ministério da Educação) e afirmar que só iria usar conteúdo digital, o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou que as escolas vão passar a receber em 2024 um material produzido e impresso pela própria Secretaria Estadual de Educação.

O material já está nas escolas desde 2010. São os livros do Currículo em Ação, que passarão por mudanças para que possam ser usados de forma exclusiva —ou seja, sem o suporte dos livros didáticos que antes eram comprados e enviados pela União.

A decisão de excluir os livros didáticos fornecidos pelo PNLD (Programa Nacional do Livro Didático) vale exclusivamente para os anos finais do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano). Nas demais etapas, nos anos iniciais (do 1º ao 5º ano) e no ensino médio, as escolas vão continuar a receber os livros didáticos do MEC.

Estudantes assistem a aula em carteiras enfileiradas
Estudantes na Escola Estadual Padre Saboia de Medeiros, na zona sul de São Paulo - Bruno Santos - 12.ago.2022/Folhapress

Renato Feder, secretário de Educação, chegou a afirmar à Folha que a decisão ocorreu após sua equipe avaliar que os livros comprados pelo MEC são "rasos, superficiais e pouco confiáveis". Mas, na última segunda-feira (7), disse que a mudança foi feita para padronizar o ensino nas escolas estaduais paulistas.

Depois de ter defendido que o material didático seria fornecido às escolas apenas de forma digital, Feder recuou e anunciou que vai passar a imprimir os livros.

Veja a seguir como serão os livros didáticos nas escolas paulistas a partir do próximo ano.

As mudanças valem para todas as séries?

A decisão de deixar o PNLD afeta apenas os estudantes dos anos finais do ensino fundamental. Para as demais etapas, o Governo de São Paulo ainda tem em vigor contratos com o MEC para que o material didático seja entregue às escolas.

O ministério disse que vai oficiar o governo Tarcísio sobre a obrigatoriedade do uso dos livros para os anos iniciais, uma vez que as compras já foram realizadas no primeiro semestre em 2023.

O que será entregue?

Para os alunos de 6º a 9º ano, serão entregue apenas os livros do Currículo em Ação. Esse é um material produzido pela Coped (Coordenadoria Pedagógica) da Secretaria de Educação desde 2010.

O material atual é considerado como uma espécie de caderno de exercícios, ou seja, um complemento para as aulas.

Segundo a secretaria, os livros do Currículo em Ação serão reformulados para que contenham também explicações e conceitos das disciplinas, além das atividades. Assim, esse material vai ser usado de maneira exclusiva pelos professores.

Esse livro, que será entregue aos alunos no formato impresso, estará alinhado com um material didático que já passou a ser distribuído nas escolas em abril deste ano apenas de forma digital (consistindo em uma série de slides que os professores devem transmitir pelo computador ou televisão).

A secretaria diz que esse material didático, que já está sendo usado nas escolas, será aperfeiçoado nos próximos meses.

Haverá a entrega de livros impressos aos alunos?

Sim, a secretaria diz que vai imprimir os livros do Currículo em Ação para todos os estudantes.

Haverá material digital?

Sim, a secretaria diz que entregará um material digital para ser usado em sala de aula. A promessa é de que o conteúdo seja apresentado de forma interativa, com links que vão direcionar os professores para vídeos, mapas ou imagens relacionadas ao que estão trabalhando na aula.

A secretaria prometeu ainda que, até o fim do ano, todas as cerca de 3.500 escolas estaduais vão ter internet de qualidade para que possam utilizar esse material digital com todas as funcionalidades.

Qual será o custo para o estado com a impressão dos livros?

A secretaria não informou qual será o custo extra com a impressão do material. A pasta diz que, neste ano, gastou R$ 122 milhões para imprimir os livros do Currículo em Ação e estima que o valor se manterá similar no próximo ano.

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