Descrição de chapéu Escolha a Escola

Soluções propostas por escolas do Sul ganham prêmio

Proposta de colégio no Rio Grande do Sul combate violência sexual; em Santa Catarina objetivo é acabar com alagamentos

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Carolina Castro
Rio de Janeiro

Foi escutando as demandas das próprias crianças que a Escola Municipal Saint-Hilaire, em Porto Alegre (RS), e o Centro Escola Infantil Nova Brasília, em Brusque (SC), criaram projetos vencedores do Prêmio Escolas Sustentáveis, organizado pela empresa Santillana e a sua fundação, em parceria com a Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI).

Cada escola ganhou R$ 15 mil e concorre em outubro na etapa internacional da premiação, que dá R$ 25 mil à melhor iniciativa do ano.

A Saint-Hilaire venceu a segunda edição do prêmio, entregue na terça-feira (3), na categoria voltada para ensino fundamental e médio, concorrendo com mais de mil outros projetos.

Um grupo de jovens está posando em frente a um mural colorido. Elas estão alinhados, segurando livros e cadernos. As meninas vestem camisetas de diferentes cores, como roxo, laranja e preto. O mural ao fundo apresenta formas geométricas em várias cores, e a frase 'E.M. Saint-Hilaire' está escrita em letras grandes e amarelas.
A professora Maria Gabriela Souza e as alunas da EMEF Saint-Hilaire em atividade do projeto "Em Busca dos Jardins", pelo qual a escola ganhou prêmio de sustentabilidade - Carlos Macedo/Folhapress

O tema "Em Busca dos Jardins, a formação de lideranças femininas comprometidas com o desenvolvimento social do território" foi sugerido por alunas, de 8 a 18 anos, para promover ações de combate à violência de gênero, autocuidado e saúde mental através da leitura e de atividades.

O assunto foi proposto com base em experiências pessoais delas, de outras colegas e da realidade do bairro em que vivem. A Lomba do Pinheiro, uma hora distante do centro de Porto Alegre, tem altos índices de violência de gênero e infantil.

O grupo viaja para a Colômbia no mês que vem para concorrer na categoria internacional do prêmio, que engloba Brasil, México e o país sede.

"Quando as meninas começaram a falar sobre a violência sexual e a importância da escola combater, estavam dando um alerta importante para a comunidade", diz a professora Maria Gabriela Souza, 38, coordenadora do projeto. "E isso reverberou para fora dos muros da escola."

O projeto tem diferentes abordagens de acordo com a idade trabalhada. Para as crianças menores, brincadeiras e livros. Para as mais velhas, rodas de conversa, cartas deixadas em uma caixa amarela para quem preferir não falar e encenações teatrais. Tudo com acompanhamento psicológico. O coletivo também distribui kits menstruais, que incluem uma bolsa térmica de sementes para cólicas e absorventes laváveis feitos por elas.

Na categoria ensino básico, a Escola Nova Brasília, de Santa Catarina, venceu com o projeto "Pequenos construtores do amanhã: explorando sustentabilidade com robótica", que surgiu de uma demanda das crianças de 4 a 5 anos, segundo a professora Milene Tavares, 26.

Elas observaram que um bueiro na praça em frente à escola estava cheio de lixo e creditaram a isso os frequentes alagamentos em Brusque. "A partir daí a gente partiu de uma pergunta norteadora: como diminuir os resíduos dentro da nossa unidade e da comunidade?" Para responder, as crianças construíram com material reciclado uma máquina para avaliar quanto tempo os materiais duram no meio ambiente.

Representantes das escolas finalistas encheram o auditório do Mar (Museu de Arte do Rio) para a cerimônia de premiação. Não faltaram lágrimas e aplausos.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.