'Estações da Pluvi.On nos ajudam o ano inteiro', diz diretor da Defesa Civil de Campinas

Número um no ranking de cidades inteligentes, município paulista usa tecnologia desenvolvida por Diogo Tolezano, finalista do Empreendedor Social de Futuro, e sua equipe

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Sidnei Furtado Fernandes, 57, diretor da Defesa Civil de Campinas, sabe avaliar bem quanto uma ferramenta é útil ou não quando se trata de ajudar a antecipar eventos e construir uma ação de prevenção.

Tanto que a Defesa Civil hoje é um dos pilares para Campinas ser a primeira cidade brasileira a ganhar o Prêmio Sasakawa, das Nações Unidas para a Redução de Desastres, devido à adoção de programas de prevenção contra catástrofes naturais. 

A honraria é entregue pela ONU há 30 anos, mesmo período em que Sidnei atua na Defesa Civil da terceira cidade mais populosa do estado de São Paulo.

​​Sidnei diz que a estação pluviométrica criada pela Pluvi.On, do empreendedor social Diogo Tolezano, que concorre ao Prêmio Empreendedor Social de Futuro, é um elemento importante devido às respostas antecipadas que consegue dar.

“A Pluvi.On nos ajuda a compor as respostas que precisamos dar em tempo oportuno em Campinas, que é marcada por estiagem, chuva por seis meses do ano, arbovirose e até tornados. Essa ferramenta nos ajuda o ano inteiro.”

Cada estação é capaz de medir, em tempo real, índice pluviométrico (volume de água das chuvas), temperatura, velocidade e direção dos ventos e umidade do ar. E, a partir dos dados recebidos, é possível planejar as ações e as atividades, de uma forma preventiva, evitando ou minimizando problemas. “Os dados precisam ser utilizados em tempo oportuno. Se você recebe uma informação depois que aconteceu, ela não vai te servir para nada”, diz Sidnei.

Campinas já conta com dez estações pluviométricas, espalhadas em pontos estratégicos da cidade, que ganhará mais 90 estações após a Pluvi.On ser selecionada para fazer parte de um consórcio liderado pelo BNDES --parte do Plano Nacional de Internet das Coisas (IOT), voltado a desenvolver cidades inteligentes. 

A cidade, que registrou um tornado em 2016 —ele danificou 500 casas, derrubou 1.800 árvores e afetou 1.571 pessoas—, também é a número um no Ranking Connected Smart Cities, mais importante iniciativa de cidades inteligentes do Brasil, organizada pela Sator e pela Urban System, que avalia os municípios em 11 categorias.

“Temos que ter um conjunto de ferramentas, integradas com todos os serviços da prefeitura, para uma resposta oportuna para todo tipo de problema, que vai da segurança e da saúde até uma situação de emergência”, diz Sidnei.

Abaixo, o depoimento do diretor da Defesa Civil de Campinas.

A Escolha do Leitor está com votações abertas; conheça os finalistas e participe ​

"O nosso escopo de trabalho está focado em quatro tipos de atividades cruciais para Campinas. 

Elas estão relacionadas à estiagem, em praticamente quatro meses, à chuva, em mais de seis meses, às arboviroses, como a dengue, durante o ano inteiro.

E ainda à questão de risco de tornado e microexplosão —rajadas de vento em alta velocidade que batem no chão e se espalham.

Para fazer uma prevenção eficiente, os dados precisam ser utilizados em tempo oportuno. Se você recebe uma informação depois que aconteceu, ela não vai te servir para nada. 

É fundamental receber os dados com antecedência não só para ter um sistema de alerta, mas para fazer um planejamento. 

É muito importante saber sobre a questão do microclima, do quanto aquilo representa até para questões relacionadas à estiagem, à chuva, às arboviroses.  Ou seja, o quanto o clima interfere nas questões relacionadas aos desastres no município.

Para arboviroses, precisamos informações, principalmente, sobre as questões do clima, da temperatura, o quanto choveu ou está chovendo em uma região e o quanto os criadouros possam estar mais intensos.  

Esses fatores são fundamentais para realizar um trabalho de prevenção em determinada área da cidade.

Sobre as estações que registram os dados, entendemos que é preciso ter um custo baixo [as da Pluvi.On custam cinco vezes menos que as importadas] para a administração pública e ter qualidade.  

Se não tiver qualidade, o equipamento não vai conseguir aferir e validar os dados, o que será bastante complicado. Se em um grande desastre, não há informação oportuna, não vai te servir.

As estações também são importantes por causa da manutenção dos equipamentos, que parece ser mais simples. Isso permite que a reposição seja feita de uma maneira bastante rápida, caso seja necessária. 

E isso ajuda a não interromper um ciclo de estudos, a não interromper uma informação que deve ser estratégica para a população.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.