'Se o médico não tivesse feito tudo o que fez, eu teria morrido'

Paciente conta como oftalmologista do dr.consulta, finalista do Empreendedor Social, fez diagnóstico preciso e salvou sua vida

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São Paulo

Ao procurar ajuda para resolver uma forte dor de cabeça em 2018, Patrícia Carvalho Cosentino, 28, não imaginava que a sua vida estava em risco.

A advogada foi ao pronto-socorro, onde o médico que a atendeu a diagnosticou com enxaqueca. As dores persistiram, e ela então procurou um oftalmologista, que lhe receitou novos óculos.

Os sintomas persistiram e pioraram: ela percebeu que a pálpebra do olho esquerdo estava caída. Sem plano de saúde, Patrícia resolveu apostar suas últimas fichas numa das unidades do dr.consulta, na rua da Consolação, em São Paulo,  

Chegando lá foi atendida pelo neuro-oftalmologista Paulo Rodrigo dos Santos David, 40, então um dos 1.700 médicos da rede de 59 clínicas criada pelo administrador Thomaz Srougi, finalista do Prêmio Empreendedor Social.

Ao escutar as queixas da paciente e examinar a pálpebra caída e constatar que ela não enxergando bem, o neuro-oftalmologista não a deixou sair da clínica.

Intuiu que o problema era grave e pediu que as clínica entrasse em contato com um familiar da paciente.

“Eu peço a Deus todos os dias que me ajude a olhar o ser humano, e não olhar a doença. E a Patrícia, para mim, não é um caso, não é um número, e não é uma doença. A Patrícia é um ser humano”, afirma Paulo.

Surpresa, mas sem saber ainda o quão grave era sua situação, Patrícia ouviu atentamente as orientações da equipe do dr.consuta. Da clínica, com um encaminhamento médico assinado em mãos, dirigiu-se para a Santa Casa. Lá foi diagnosticada com dois aneurismas e passou por uma cirurgia com sucesso. 

“Ele [Paulo] foi cuidadoso, prestou atenção e cuidou de mim efetivamente. Se ele não tivesse falado do jeito que falou e não tivesse feito o diagnóstico e tudo o que fez por mim, eu não teria ido a um hospital e poderia ter morrido”, diz Patrícia.

A seguir, o depoimento emocionado da paciente. 

Fazia um mês que eu estava sentindo muita dor de cabeça e em cima do olho. Já tinha sido diagnosticada com enxaqueca. Até que um dia a pálpebra começou a cair. Mesmo assim, eu pensava que iria melhorar, mas aí a minha visão passou a diminuir. 

Já tinha ido a oftalmologistas. Um até mudou o grau dos meus óculos e disse que eu iria melhorar. Nada mudou. Ainda esperei uns dois ou três dias para ver se eu ia me adaptar aos óculos novos. Mas estava perdendo, cada vez mais, a visão do olho esquerdo.

Precisava ir a um outro médico, só que eu não tinha convênio médico. Então, marquei no dr.consulta, com o dr. Paulo. Ao ser atendida, expliquei a minha situação, e ele foi muito atencioso. Pediu para que eu ficasse calma, começou a fazer exames que o outro médico não tinha feito.

Ele descobriu que havia uma discrepância na percepção de cores entre o meu olho direito e o esquerdo. A diferença era gritante. Por um olho, eu via exatamente a cor vermelha. Pelo outro, eu via marrom. Quando eu estava com os dois abertos, eu enxergava meio-termo.

Depois de escutar o meu relato e de me examinar, ele falou que eu não poderia sair de lá sozinha. Disse que eu precisava ir, com urgência, a um hospital. 

Ele foi cuidadoso comigo, prestou atenção e cuidou de mim. Efetivamente, salvou a minha vida.

Lembro-me exatamente dos passos que pediu para eu seguir: não ficar nervosa em hipótese alguma; não tomar, de jeito nenhum, comprimidos para dor de cabeça, em especial AS; prometer que eu sairia da clínica e iria imediatamente para o hospital.

A questão que me marcou muito também foi a de que eu não poderia esperar para outro dia, não poderia deixar para a semana seguinte.

Ele explicou toda a situação para o meu irmão, que também é médico, e fez uma carta de referência para eu levar para o hospital.

Se ele não tivesse feito tudo isso, eu poderia ter morrido.

Fiquei dez dias internada. Logo após eu passar por exames, um médico do hospital declarou que havia duas notícias para me dar. Uma era boa e a outra, eu iria entender, que era boa também.

Pensei que fosse ter alta naquele momento e que continuaria com a pálpebra caidinha.

Primeiro, ele falou que não era esclerose múltipla, a principal suspeita até então. Show! Que boa notícia. E qual seria a outra? Eu estava com dois aneurismas e fui para a UTI. Seria operada no dia.

Comecei a chorar. Só que eu não podia ficar nervosa porque o aneurisma poderia estourar a qualquer momento. Um dos médicos falou que eu deveria ficar feliz, pois não teria cura se fosse esclerose múltipla. E que eu iria ser operada e sairia curada do hospital.

É verdade, pensei. Aí tentei ficar o mais calma possível. Dormi e, pela manhã, me levaram para a sala de cirurgia.

Os médicos me informaram que iriam raspar o meu cabelo, fazer um corte e explicaram como seria feita a operação. A cirurgia durou cerca de dez horas. Eu acordei ok. Disseram que o procedimento foi um sucesso. Não perdi nenhuma função.

Agora, é só acompanhar. Fazer um exame a cada dois anos para ver se não aparece nenhum novo aneurisma.  Me falaram que o meu era genético. 

De todo jeito, sou muito grata a todos que me atenderam, do dr.consulta até a Santa Casa. Todos cuidaram para que eu continuasse a enxergar e, principalmente, continuasse viva.

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