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Marcus Nakagawa

O coronavírus e os empreendimentos socioambientais

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Marcus Nakagawa

Professor e coordenador do Centro ESPM de Desenvolvimento Socioambiental, autor premiado com o Jabuti 2019, palestrante e idealizador da Abraps e do Dias Mais Sustentáveis.

Você deve estar pensando: mais um texto sobre o coronavírus? Pois é, esta pandemia está nos trazendo muitos aspectos transversais da nossa vida para pensar e repensar.

Estamos reconsiderando o modo de trabalho, de estudar, de nos relacionar, de utilizar as tecnologias da informação, de como lidar com a ansiedade e de como ficar ao lado da família por tanto tempo.

Sabemos que ainda é o começo da parte mais difícil que está por vir e temos que seguir todas as orientações oficiais para não termos tantas perdas.

Ao mesmo tempo, temos visto algumas curiosidades interessantes nas questões de impactos sociais e ambientais. Exemplo disso são as notícias sobre a diminuição da poluição do ar na China, apresentada pelos satélites da Nasa.

Essa mudança está atrelada ao "novo" estilo de vida desacelerado adotado pelos chineses nos tempos de Covid-19. E se por um lado isso ameaça a economia do país, por outro, o meio ambiente agradece.

Na Itália, os impactos ambientais também foram sentidos. Moradores mostraram por meio de fotos, a mudança da coloração da água de turva para transparente e a aparição de pequenos peixes e até mesmo golfinhos, nos canais de Veneza, após a diminuição drástica de turistas e visitantes. Além disso, no norte do país, houve uma diminuição de dióxido de nitrogênio que foi acompanhada pela Agência Espacial Europeia.

No Brasil, já é perceptível nas grandes cidades a escassez de automóveis. Boa parte das pessoas está trabalhando de casa e alunos estão tendo aulas online.

Para os empreendimentos de impacto socioambiental esta pandemia pode ser uma oportunidade para, cada dia mais, realizar sua missão. Não querendo se "aproveitar" e virar um mercenário do impacto, mas sim focar numa escala de crescimento e ajudar mais pessoas.

Neste movimento, a Quintessa, uma aceleradora de negócios de impacto, selecionou algumas startups de impacto que podem ajudar o cidadão e as empresas nesta crise. Na área de saúde destaco a Universaúde com a ferramenta Telesaúde, aberta online 24 horas via Chat; a Caren.App, que faz uma auto avaliação para os sintomas do COVID-19; o Labi Exames, que está fazendo 10 testes gratuitos todos os dias para pacientes acima de 80 anos; e a Dandelin, oferecendo consultas com especialistas que podem ser marcadas via aplicativo.

Na área de educação, selecionei a Reconectta, com materiais de educação e sustentabilidade on-line para pai, até 17 de abril; e o ForEducation Edtech, que tem um guia de boas práticas on-line para escolas e educadores que estão mantendo aulas via internet.

Para o bem-estar tem o Pé de Feijão para ajudar as pessoas se organizarem em home-office com uma alimentação mais saudável; e o Mais Vívida que recruta jovens para apoiar pessoas mais velhas nas mais diferentes tarefas possíveis.

Temos que aprender com esta nova forma de nos relacionarmos, empreender e realizar menos impactos ambientais e sociais. Quem sabe começarmos a fazer a tal da regeneração, como está acontecendo em Veneza por exemplo. E entender que este processo por qual passamos num planeta globalizado tem que ser aprendido, analisado e principalmente transformar o nosso modelo mental e estilo de vida atual.

Este é o pensamento sistêmico que precisamos cada dia mais ter e basear nossas pequenas decisões do dia a dia. Viver pelo desenvolvimento sustentável para todos.

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