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Marmitas e cozinhas solidárias combatem a fome na pandemia

Uma série de iniciativas de chefs, ONGs e empresas leva alimentos para pessoas em situação de rua e comunidades vulneráveis

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São Paulo

Organizações, negócios sociais, chefs de cozinha, empresas e voluntários se unem para alimentar quem mais precisa durante a pandemia.

Em duas semanas, o Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras) e a incubadora Soul Kitchen distribuíram mais de 82 mil marmitas para a população em situação de rua e desempregados no centro de São Paulo.

É a chamada “Quentinha do Bem”, ação que nasceu da união de forças da organização e da incubadora de projetos para combater a fome durante a pandemia do novo coronavírus.

Foram distribuídas diariamente 5.500 refeições, mas o impacto da crise tornou necessário o aumento da meta. Agora, o objetivo da iniciativa é garantir a entrega de 9.500 quentinhas diárias, ação com custo de R$ 960 mil.

Para arrecadar a quantia, que cobre não apenas as despesas com ingredientes, mas também a manutenção das cinco cozinhas com 28 cozinheiros, o projeto espera contar com o apoio da sociedade.

Os interessados em doar alimentos devem levar à central de doações do Sefras, na Paróquia Santo Antônio do Pari —praça Padre Bento, 13, Pari, em São Paulo. O atendimento funciona das 8h às 18h.

É também possível doar dinheiro para a produção das quentinhas. Contribuições via cartão de crédito devem ser feitas pela plataforma Ingresse, parceira da iniciativa. Também é possível doar via depósito bancário, transferindo para Associação Franciscana de Solidariedade / Banco Itaú (341) / Agência: 8179 / Conta Corrente: 12218-2 / CNPJ: 11.861.086/0001-63.

Fabricante de equipamentos de construção e agronegócio, a JCB promoveu neste final de semana uma terceira ação do projeto “Marmitas do Bem” para ajudar as famílias carentes de Sorocaba (SP).

Atuando em parceria com a empresa de restaurantes corporativos Sapore e a Prefeitura de Sorocaba, a multinacional inglesa atendeu dez instituições da cidade com a doação de 300 refeições produzidas na sede da empresa.

A McCain, multinacional líder do setor de batatas pré-fritas congeladas, doou no final de abril 50 toneladas de produtos para famílias em situação de vulnerabilidade por conta da crise causada pela pandemia do coronavírus.

O Mesa Brasil SESC, rede nacional de banco de alimentos contra a fome e o desperdício, receberá a doação equivalente a 200 mil refeições, a maior já feita pela McCain à instituição até o momento.

Na mesma linha, o chef de cozinha Augusto Pinto criou o projeto “Comida para Todxs”. A iniciativa busca criar uma ponte entre as vítimas da crise atual e restaurantes, fornecedores de insumos, nutricionistas, técnicos, além de facilitar o engajamento de empresas e pessoas físicas interessadas em colaborar.

A iniciativa, em sua primeira ação, começou com o aproveitamento de estoques disponíveis do Mimo, restaurante mediterrâneo em São Paulo. O sucesso da operação levou o chef a elaborar um plano para ampliar a ação através de crowdfunding e assim poder atender mais pessoas e por mais tempo.

"A gastronomia social engaja o cidadão, pacifica as pessoas, aumenta sua autoestima, gera esperança e gratidão", afirma o chef Augusto Pinto.

Feitas com ingredientes frescos, cada quentinha pesa 500g e contém arroz, feijão, proteínas variadas e legumes. A distribuição é feita nos bairros centrais da capital paulista, onde há maior concentração de pessoas em situação de rua.

As contribuições são recolhidas online via financiamento coletivo na plataforma Abacashi. A cada R$ 20 doados, uma marmita é montada, embalada e entregue.

Diversos outros chefs se destacaram no combate à fome na pandemia.

Um deles é Henrique Fogaça, jurado do Master Chef Brasil. Ele e o sócio, o empresário Alberto Hiar, donos do Jamile doaram mais de 7.000 quentinhas para moradores do centro de São Paulo.

Na Rede Folha, a Gastromotiva intensifica o seu trabalho de impacto social em alimentação. O negócio social de David Hertz, vencedor do Prêmio Empreendedor Social de Futuro 2009, lidera duas iniciativas para colocar comida na mesa dos que mais precisam.

A primeira é a redistribuição de todas as doações de alimentos que receberem para 30 entidades sociais parceiras que atendem comunidades em vulnerabilidade social.

Nas últimas seis semanas, foram distribuídas mais de 24 toneladas de alimentos a essa rede parceira, resultando na entrega de mais de 38 mil marmitas.

Interessados em ajudar devem doar os alimentos no Refettorio Gastromotiva, na rua da Lapa, 108, Rio de Janeiro, de segunda a sexta-feira entre 8h e 20h.

Já a segunda iniciativa é o projeto Cozinhas Solidárias, uma rede de empreendedorismo social que leva emprego e comida para a população de baixa renda.

Para manter a operação do Refettorio e abrir o maior número possível de Cozinhas Solidárias, foi criado pela organização o Fundo de Emergência Gastromotiva Covid-19.

Os recursos arrecadados serão utilizados para garantir a manutenção da Gastromotiva e do Refettorio Gastromotiva.

Também vão garantir que todas as Cozinhas Solidárias recebam seus kits completos para que as cozinheiras possam se transformar em empreendedoras sociais, distribuindo refeições nas comunidades carentes onde moram.

Doações devem ser destinadas para CNPJ: 08.505.223/0001-12 / Banco Itaú (341) / Agência: 0619 / Conta corrente: 35732-0.​

A organização foi também uma das dez selecionadas para receber doações durante a live da cantora Ivete Sangalo, transmitida pela Rede Globo em 25 de abril. A meta da Gastromotiva, segundo o fundador David Hertz, é distribuir 80 mil refeições por mês durante a pandemia.

A chef Telma Shiraishi, do restaurante Aizomê, criou o Movimento Água no Feijão, liderado por ela, com o apoio de ONGs e lideranças da comunidade japonesa.

O objetivo é desenvolver um programa de alimentação para a população carente das periferias da capital durante o período de agravamento da crise em SP, por conta do coronavírus, complementando as diversas outras ações que estão sendo promovidas pelos setores público e privado. Eles estão captando recursos com empresas e também com pessoas físicas, por meio do site. Estão também no instagram, @aguanofeijaobr.

Em uma semana o movimento atingiu a meta de arrecadação da primeira fase do projetom, R$ 47.600,00, valor suficiente para a produção de 6.000 marmitas por 30 dias. Também iniciou as entregas das 200 refeições diárias aos moradores da comunidade do Heliópolis, na zona sul de São Paulo, na última sexta-feira (8).

A distribuição vai durar o mês todo. O movimento continua recebendo doações e estão mapeando outras comunidades que necessitem das marmitas.

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