Adriana Barbosa, da Feira Preta, integra time global de líderes pela justiça social

Fundação Ford investirá R$ 260 milhões nos próximos 10 anos para apoiar soluções inovadoras que combatam a desigualdade

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São Paulo

A Fundação Ford lançou, nesta segunda-feira (1º), seu primeiro Programa Global de Fellows para identificar e conectar líderes emergentes que têm desenvolvido soluções para o combate à desigualdade. O programa dará apoio para que eles trabalhem melhor, mais rápido e profundamente em suas iniciativas.

Fellow da Ashoka e integrante da Rede Folha de Empreendedores Socioambientais, Adriana Barbosa é uma das 24 escolhidas para compor o rol de líderes globais da Ford.

Ela vai levar sua experiência de fomento ao ecossistema de empreendedorismo negro no Brasil, com a Feira Preta, e receberá apoio para garantir a longevidade e aumentar a escala de suas iniciativas.

"Fiquei muito lisonjeada por representar a comunidade de fellows da Ashoka no mundo. Foi algo que me deixou muito feliz energizada. Essa é palavra", afirmou a vencedora do Troféu Grão 2019 ao receber a confirmação da notícia.

A Fundação Ford espera que o programa amplie o impacto do trabalho de cada Fellow, individual e coletivamente. Os participantes vêm de diferentes campos de atuação, usam diferentes métodos para enfrentar a desigualdade e atuam em vários segmentos: sociedade civil, governos, setor privado e academia.

A desigualdade é um dos maiores desafios do Brasil e do mundo, e a crise da Covid-19 ameaça aprofundar ainda mais o abismo entre as oportunidades econômicas, políticas e sociais de diferentes grupos.

A arquitetura econômica e social que Adriana Barbosa está construindo busca precisamente remover as barreiras ocultas que excluem os negros do protagonismo cultural, político e empresarial.

Frente aos avanços da Covid-19 e seus impactos na sustentabilidade financeira dos nanoempreendedores negros, Adriana se uniu a outros empreendedores sociais para reestruturar o Fundo Éditodos, que concede uma “cesta básica” que ajuda a reposicionar nanonegócios de acordo com as demandas da pandemia.

Todos os membros do grupo inaugural de fellows da Fundação Ford estão no ponto de inflexão de suas carreiras. Eles precisam de mais recursos, acesso a uma rede global de colaboração e apoio de lideranças que vão ajudá-los a alcançar todo seu potencial.

O programa consiste em vários encontros regulares entre os fellows, com líderes de distintas áreas de interesse e visitas de quatro a cinco dias, com foco em aprendizagem empírica, o que ocorrerá à medida que a evolução da pandemia permita deslocamentos.

Além disso, os fellows receberão uma bolsa de U$ 25 mil (R$ 130 mil) ao longo do programa para sustentar seu desenvolvimento.

"Cada vez mais, a Feira Preta tem uma ação local e uma perspectiva global", diz Adriana Barbosa. "Estamos explorando possibilidades em outros países, buscando parcerias. Começamos a trabalhar nesse sentido com iniciativas na Bolívia. O Programa da Fundação Ford nos permitirá conhecer o que essas lideranças vêm fazendo em seus contextos e territórios e a partir disso desenvolver iniciativas sinérgicas e sistêmicas."

A primeira turma de programa conta com representantes do Brasil, Estados Unidos, Leste da África, Oriente Médio e Norte da África.

A Fundação Ford selecionará 240 Fellows em dez anos e incluirá representantes do México e América Central, região Andina, África Oriental, África Meridional, Índia, Sri Lanka, Nepal, Indonésia e China.

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